Resumo
Na profusão textual derivada da prensa de Gutenberg, Comenius e Montaigne elaboram reflexões pedagógicas que, de forma mais ou menos evidente, debruçam-se sobre a diversidade de opiniões e de interpretações e propõem como lidar com ela. O primeiro busca neutralizá-la afirmando a palavra divina como única e, portanto, critério para a definição do que é pertinente no interior das escolas; o segundo aposta na "frequentação do mundo" e na potência que essa variedade tem de dar contornos mais modestos e responsáveis àquilo que se sabe. Neste artigo, pretende-se apresentar esses dois encaminhamentos com vistas a refletir sobre como podem contribuir para pensar a sala de aula contemporânea também atravessada por múltiplos discursos, verdadeiros ou não, oriundos das tecnologias digitais.
Palavras-chave
Montaigne; Comenius; Didática; Diversidade de Interpretações