Esclerose múltipla é uma doença desmielinizante, que leva à destruição de importantes estruturas do Sistema Nervoso Central. Essas lesões podem resultar em déficits cognitivos. Com o objetivo de investigar a relação entre esclerose múltipla e alterações cognitivas de atenção, memória e percepção, foram avaliados 28 pacientes em um Centro Estadual de Referência, que satisfaziam os critérios de inclusão: idade entre 20 e 55 anos, nível escolar mínimo de 2º grau completo e classificação na Escala Expandida de Incapacidade menor que 7,0. Foram empregados quatro testes neuropsicológicos, validados pelo Conselho Federal de Psicologia: teste da cópia e reprodução de memória da figura complexa A de Rey-Osterrieth, teste de aprendizagem áudio-verbal de Rey, teste d2 e teste de dígitos. Para investigar o impacto da fadiga sobre as atividades cognitivas foi utilizada a escala MFIS-21Br. A análise estatística consistiu dos testes ANOVA, t para amostras pareadas ou de Mann-Whitney e de Kolmogorov-Smirnoff, unicaudais à direita, para rejeição da hipótese nula com nível de significância de 0,05. Os resultados apontaram perdas cognitivas com significância estatística nos pacientes com idade entre 40 e 55 anos e nos que apresentaram comprometimento por fadiga nos subdomínios cognitivo e psicossocial. Os pacientes com tempo de doença entre 5,0 e 19,9 anos apresentaram redução da pontuação nos testes, mas sem significância estatística. Concluiu-se que, dentre as funções cognitivas avaliadas, memória foi a mais freqüentemente comprometida, seguindo-se de atenção, sendo a percepção, comparativamente, a mais preservada.
Esclerose múltipla; déficits cognitivos; atenção; memória; percepção