Open-access RELAÇÕES ENTRE RELIGIOSIDADE E HOMOSSEXUALIDADE EM JOVENS ADULTOS RELIGIOSOS

LAS RELACIONES ENTRE LA RELIGIÓN Y LA HOMOSEXUALIDAD EN LOS ADULTOS JÓVENES

RELATIONS BETWEEN RELIGIOUSNESS AND HOMOSEXUALITY IN RELIGIOUS YOUNG ADULTS

Resumo

O objetivo deste estudo é conhecer de que modo a homossexualidade tem sido compreendida por jovens adultos homossexuais praticantes de diferentes religiões. Foram entrevistados 11 participantes de ambos os sexos, com idades entre 20 e 30 anos, praticantes das religiões católica, espírita e evangélica. Os participantes responderam a uma entrevista semiestruturada, analisada pelo modelo bioecológico. A maior parte dos participantes relata que sua religião considera a homossexualidade como um “pecado” ou “doença”. Entretanto, todos discordam de visões negativas sobre a homossexualidade. A maior parte dos participantes afirma possuir um relacionamento positivo com a comunidade religiosa, sendo que poucos relataram situações de desconforto ou discriminação. Observa-se que os elementos microssistêmicos relacionados à comunidade religiosa que frequentam, como movimentos de aceitação, acolhimento ou restrições, parecem ser mais significativos para o desenvolvimento pessoal que o conjunto de crenças que compõem o macrossistema religioso.

Palavras-chave: homossexualidade; religiosidade; espiritualidade; jovens; homofobia

Resumen

El objetivo de este estudio es conocer cómo la homosexualidad ha sido entendida por adultos jóvenes homosexuales de distintas religiones. Once participantes de ambos sexos fueron entrevistados, con edades entre 20 y 30 años, practicantes de las religiones católica, protestante y espiritistas. Los participantes respondieron a una entrevista semiestructurada, analizada por el modelo bioecológico. La mayoría de los participantes reportan que su religión considera la homosexualidad como un "pecado" o "enfermedad". Sin embargo, todos discrepan de las opiniones negativas sobre la homosexualidad. La mayoría de los participantes afirma tener una relación positiva con la comunidad religiosa y pocos reportan situaciones de malestar o discriminación. Se observa que los elementos microsistémicos relacionados con la comunidad religiosa que participan, como movimientos de aceptación, acogida o restricciones parecen ser más significativos para el desarrollo personal que el conjunto de creencias que conforman el macrosistema religioso.

Palabras-clave: religiosidad; espiritualidad; jóvenes; homofobia

Abstract

The aim of this study is to know how homosexuality has been understood by homosexual young adults from different religions. Eleven participants of both genders, aged between 20 and 30 years and practicing catholic, spiritualist or evangelical religions were interviewed. They answered to the semi-structured interview, analyzed by bioecological model. Most of the participants reported that their religion considers homosexuality as a “sin” or “disease”. However, all of them disagree with negative views about homosexuality. Most of the participants claim to have a positive relationship with the religious community, and few reported cases of discomfort or discrimination. It is observed that the microsystem elements related to their religious community, such as movements of acceptance, welcoming or reserve, appear to be more significant for personal development than the set of beliefs that compose the religious macrosystem.

Keywords: homosexuality; religiosity; spirituality; young adults; homophobia

Introdução

A Medicina e a Psicologia gradativamente reconheceram que a homossexualidade não constitui uma doença, mas uma orientação sexual que não pode ser modificada ou tratada. Assim, o Conselho Federal de Medicina, em 1985, removeu o “homossexualismo” da classificação de doenças (Ministério da Saúde, 2002). Na década de 1990 a homossexualidade também é retirada da lista de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 1999, o Conselho Federal de Psicologia proibiu, a partir de uma resolução, que psicólogos realizem psicoterapias que possuam como objetivo a “cura da homossexualidade” (Resolução CFP nº 001/99). Apesar disso, o “tratamento para a homossexualidade” voltou a ser discutido no cenário político brasileiro por meio do projeto PDC 234/2011 com a proposta da “Cura Gay”, em que a homossexualidade é percebida como uma patologia que poderia ser tratada por psicólogos (Magalhães & Ribeiro, 2015).

Mesmo com a conquista de diversos direitos e maior visibilidade, como o reconhecimento da união civil entre pessoas do mesmo sexo no contexto brasileiro e em diversos países, ainda há obstáculos para a conquista de respeito aos direitos dos homossexuais (Meletti & Scorsolini-Comin, 2015; Moscheta, Souza, Casarini, & Scorsolini-Comin, 2016). Segundo o Relatório de Violência Homofóbica (Secretaria dos Direitos humanos, 2012), foram registradas pelo poder público federal 3.084 denúncias e 9.982 violações à população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros) em 2012, havendo aumento de 166,09% em relação às denúncias relatadas em 2011 e aumento de 183,19% de vítimas. A homofobia não é apenas evidenciada por homicídios e outras violações físicas, mas também pela violência simbólica, como agressões verbais capazes de oprimir e negar o indivíduo psicologicamente.

Desse modo, é importante considerar a percepção da homossexualidade dentro do âmbito religioso, uma vez que as dimensões da religiosidade e da espiritualidade acompanham o ser humano ao longo da história. Sua influência alcança as relações interpessoais, o âmbito sociocultural e o intrapsíquico do indivíduo por meio de crenças, valores, emoções e comportamentos (Henning-Geronasso & Moré, 2015). As religiões podem influenciar seus participantes, pois fornecem princípios para a socialização, organização da sociedade e indicações para a vida cotidiana (Silva, Paiva, & Parker, 2013). Tais princípios também dizem respeito às práticas sociais, à sexualidade e aos comportamentos sexuais.

Algumas instituições religiosas aceitam a prática homossexual, considerando-a normal ou até mesmo natural, enquanto outras instituições a consideram pecaminosa (Silva, Santos, Licciardi, & Paiva, 2008). A partir disso, várias crenças contrárias a essa prática podem ser encontradas, assumindo que a homossexualidade é uma “doença” e pode ser curada ou que os desejos devem ser controlados, posições essas que divergem dos avanços alcançados, por exemplo, em níveis jurídicos e no campo da saúde.

Desse modo, a concepção de cada religião sobre o tema poderá influenciar a vida de pessoas de orientação homossexual, que podem aceitá-la ou então buscar uma “cura” ou resolução para o “problema”. Todavia, por mais que a instituição religiosa defina normas e condutas a serem adotadas, não significa que todos os integrantes irão segui-las, como foi evidenciado por Silva, Santos, Licciardi e Paiva (2008): “vários estudos têm demonstrado que entre pessoas pertencentes à mesma denominação religiosa não há, necessariamente, unidade na vivência” (p. 684). Ou seja, por mais que a instituição defina condutas, nem todos os integrantes as seguem, ou não as assumem de forma rigorosa. Outro aspecto importante a ser considerado refere-se aos aspectos culturais que interferem nas expressões das instituições religiosas em nossa sociedade contemporânea, ampliando as possibilidades de compreensão e, por sua vez, de vivência das sexualidades a partir dos dogmas originalmente transmitidos pelas mais diversas crenças. Assim, “as visões de mundo religiosas não podem ser consideradas monolíticas, estáveis ou isentas de reflexividade, assim como as visões de mundo científicas não podem ser consideradas culturalmente neutras e absolutamente racionalizadas” (Duarte & Carvalho, 2005, pp. 492-493). Essa complexidade atravessa inequivocamente o modo como analisamos as relações entre religiosidade e sexualidade, colocando em destaque os contextos ecológicos que atravessam o desenvolvimento e as trajetórias de vidas dos sujeitos (Bronfenbrenner, 2011).

Além disso, Duarte (2005) pontua que ocorreram mudanças contemporâneas no campo religioso, com o crescimento das religiões evangélicas pentecostais e dos movimentos espiritualistas e carismáticos, rompendo com a hegemonia do catolicismo no contexto brasileiro do século XX. Ainda para esse autor, embora grande parcela das pessoas permaneça em sua religião originária, cada vez mais as pessoas acreditam que devem escolher a religião que mais se adapta à sua maneira de ser. Ao mesmo tempo as religiões continuam procurando moldar as pessoas aos seus preceitos e valores instituídos. Desse modo, o poder de influência da religião pode ser compreendido pelo crescente poder de mudança em termos da escolha de uma religião no cenário atual.

As religiões possuem normas e códigos de conduta que podem atravessar de modo mais direto ou flexível a expressão das sexualidades, contribuindo para nortear práticas que se referem ao universo sexual e da intimidade, bem como dos relacionamentos interpessoais (Etengoff & Daiute, 2014; Jeffries et al., 2014). O que se observa, em grande parte das religiões existentes no contexto brasileiro, é uma atitude de cerceamento das expressões das sexualidades, buscando normatizações ou padrões que podem ou não ser seguidos por seus praticantes/adeptos. Tal cerceamento é expresso em práticas discursivas que mesclam discursos sobre a homossexualidade permeados por saberes religiosos, “científicos”, entre outros, muitas vezes hierarquizando as sexualidades e desqualificando os homossexuais e a homossexualidade (Mesquita & Perucchi, 2016).

Em termos desenvolvimentais, há que se considerar que a orientação sexual não é concebida como algo fixo e, portanto, pode sofrer modificações ao longo da trajetória das pessoas (Magalhães & Ribeiro, 2015; Mesquita & Perucchi, 2016). Essas modificações podem ocorrer tanto de maneira opressora, submetendo os homossexuais à “cura” ou “tratamento”, como transformações que ocorrem nos percursos protagonizados pelos sujeitos em termos de comportamentos, expressões e performances (Duarte & Carvalho, 2005). A religiosidade pode interferir nesse processo, promovendo mudanças nas expressões das sexualidades, tanto em termos de uma maior aceitação da homossexualidade, por exemplo, como, paradoxalmente, de seu combate (Natividade, 2006; Paiva, Aranha, & Bastos, 2008).

Nesse sentido, pessoas que expressem sua sexualidade de um modo considerado inadequado ou mesmo proibido por sua crença religiosa podem se deparar com uma dissonância entre a expressão da intimidade e as normas difundidas ou recomendadas pelas religiões das quais são praticantes (Machado, 2015; Reese, Steffens, & Jonas, 2014), bem como a partir dos discursos reproduzidos por seus adeptos. A partir desse panorama apresentado, o objetivo deste estudo é conhecer de que modo a homossexualidade tem sido compreendida por jovens adultos homossexuais praticantes de diferentes religiões.

Método

Tipo de estudo

Trata-se de um estudo bioecológico, de caráter qualitativo, descritivo e de corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem dos autores.

Participantes

Para compor o universo estudado, era necessário ter entre 18 e 30 anos de idade, assumir-se homossexual e ser praticante de uma religião. O critério adotado para definir uma pessoa como “praticante” foi de não apenas o participante manifestar ser adepto de uma determinada religião, mas de ter uma frequência mensal em eventos como missas, rituais e celebrações típicas de sua religiosidade. Não foram definidas, a priori, quais religiões seriam investigadas. Foi empregada a técnica “bola de neve”, em que os participantes selecionados indicam outros indivíduos que poderiam participar da pesquisa. Essa técnica foi importante para recrutar possíveis participantes de uma mesma religião. Nesse sentido, a partir dos primeiros contatos e das primeiras entrevistas, optou-se por compor o universo estudado com praticantes das religiões católicas, evangélicas e espíritas, o que também corresponde às religiões mais frequentes no contexto brasileiro, como é demonstrado pelo Censo Demográfico de 2010, em que 64,6% da população declarou-se católica, 22,2% evangélica e 2% espírita (IBGE, 2010).

O número de participantes foi delimitado tendo como referência a dificuldade de encontrar possíveis entrevistados, notadamente de alguns segmentos religiosos, que fossem praticantes de determinada crença e assumissem a sua orientação sexual homoafetiva. Assim, foram entrevistadas todas as pessoas que aceitaram participar do estudo. Em termos do perfil da amostra, foram entrevistadas 11 pessoas que se declararam homossexuais, sendo sete do sexo masculino. Quatro declararam-se católicas, outras quatro espíritas e três evangélicas. Os participantes possuem de 20 a 30 anos e frequentam a instituição religiosa semanalmente. Os participantes são praticantes da religião entre oito e 30 anos. Dentre os espíritas, um participante também frequenta um centro umbandista, e os três participantes evangélicos frequentam igrejas evangélicas pentecostais. A caracterização completa dos participantes é apresentada na Tabela 1.

Instrumento

Foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado elaborado pelos pesquisadores a partir dos objetivos deste estudo, contendo questões referentes à orientação homoafetiva, à religiosidade (prática religiosa, rede de apoio, crenças professadas, espiritualidade, dogmas), aos relacionamentos com os membros da família e da comunidade religiosa.

Tabela 1:
Caracterização dos participantes

Procedimento

Coleta de dados

O contato com os participantes foi realizado a partir da divulgação da pesquisa em redes sociais. As entrevistas ocorreram nas residências dos participantes ou no serviço-escola de Psicologia da instituição de origem dos autores. As entrevistas tiveram duração média de uma hora e foram audiogravadas com o consentimento dos participantes. O conteúdo das gravações foi transcrito na íntegra e literalmente para a posterior análise dos dados.

Análise de dados

Ocorreu por meio do método de análise de conteúdo temática, que corresponde à contagem de um ou vários temas ou itens de significação em uma unidade de codificação previamente determinada (Bardin, 1977). A análise temática resultou em quatro categorias: (a) perspectiva dos participantes sobre a posição de sua religião em relação à homossexualidade; (b) a vivência dos participantes na comunidade religiosa; (c) relacionamento familiar e influência religiosa; (d) influência da religião. Para a análise e interpretação dos resultados foi empregado o modelo bioecológico de Urie Bronfenbrenner. Nessa perspectiva, o desenvolvimento humano é reconhecido como o fenômeno de continuidade e mudança nas características biopsicológicas do ser humano, estendendo-se ao longo do ciclo de vida, por sucessivas gerações e tempo histórico (Bronfenbrenner, 1996, 2011).

Resultados e discussão

Perspectiva dos participantes sobre a posição de sua religião em relação à homossexualidade

Esta categoria demonstra a perspectiva dos participantes sobre a posição de sua religião acerca da homossexualidade, bem como a forma que compreendem a posição religiosa. De modo geral, todos os participantes demonstraram discordar da visão de pecado por vezes atribuída à homossexualidade por suas religiões. Alguns, a exemplo da praticante evangélica, utilizaram a visão religiosa para justificar sua perspectiva: “Não é possível que Deus ia me colocar no mundo já nascendo pecadora né. Eu acho que eu nasci assim, Deus me ama assim, então eu não vejo como pecado” (Suzana, 28 anos, evangélica). Dois participantes evangélicos concordaram que sua religião é contrária à homossexualidade, considerando-a pecaminosa.

Um participante afirmou que entrou em contato com duas visões, em que há Igrejas evangélicas contrárias à homossexualidade, mas há as que aceitam pessoas de orientação homossexual, como é o caso da comunidade religiosa da qual participa: “O pastor chega e fala, ele fala que somos muito bem aceitos na Igreja, que lá é a nossa casa e que estão de portas abertas” (Vinícius, 28 anos, evangélico).

Os participantes católicos afirmaram que o catolicismo possui uma visão contrária à homossexualidade, prevalecendo a concepção de pecado. Todos os participantes demonstraram não concordar com a mesma. Sobre o posicionamento da Igreja, três participantes se mantiveram neutros, como: “A posição da minha Igreja não me incomoda. Vou viver minha vida, fazer o que eu tenho que fazer, servir como eu tenho que servir” (Amália, 24 anos, católica). Dois participantes também relatam os esforços do Papa Francisco na inclusão de pessoas homossexuais na comunidade religiosa e a abertura para o diálogo, em um movimento mais recente. Dois participantes utilizam-se da perspectiva religiosa para afirmar que a homossexualidade não é um pecado, como: “... na própria Bíblia fala que Deus é amor e Deus ama todos... . Então eu imagino que, se o homossexualismo também é uma forma de amar, Deus perdoará a todos, mesmo eu acreditando que não seja pecado” (Rildo, 20 anos, católico).

Todos os participantes espíritas relataram que o espiritismo não é contra a homossexualidade. Três participantes concordaram com a visão do espiritismo, apenas um participante concordou parcialmente, relatando que a visão dessa religião é limitada, entre outros aspectos, pois não possui diferenciação entre identidade de gênero e orientação sexual. Dois participantes relataram que o espiritismo explica a homossexualidade a partir de vivências de vidas passadas que refletem na vida atual. Além disso, dois participantes afirmam a necessidade de maiores estudos da doutrina espírita sobre a homossexualidade.

De acordo com o modelo bioecológico, a religião pode ser compreendida como um macrossistema, haja vista que recupera valores e tradições que atravessam diferentes gerações, delimitando práticas e comportamentos em termos sociais e culturais mais amplos. Já a comunidade religiosa frequentada por cada participante constitui um microssistema, seus membros possuem papéis estabelecidos, realizam atividades específicas e estabelecem relações interpessoais com os outros membros da comunidade religiosa. Assim, dentro de uma comunidade religiosa há diversas atividades, como as reuniões semanais (cultos e missas) e grupos de jovens, bem como papéis sociais atribuídos em função das atividades religiosas desenvolvidas (padre, pastor, diácono, entre outros).

Os participantes mostraram que acreditam e seguem os valores estipulados pela religião, mesmo com a discordância da percepção acerca da homossexualidade. Dessa forma, utilizam conceitos e valores religiosos para realizar sua própria interpretação sobre as perspectivas discordantes, promovendo releituras que asseguram um lugar mais confortável diante das dissonâncias entre os discursos institucionalizados e as vivências pessoais. Pelos seus relatos, é possível discordar da visão religiosa, mas utilizar-se dos conceitos religiosos para uma problematização e nova intepretação da realidade. Assim, mesmo que a maior parte dos participantes tenha permanecido na mesma religião de seus pais, o fenômeno apontado por Duarte (2005), em que cada vez mais as pessoas procuram a religião que melhor se adapta à sua maneira de ser, possui ressonância no universo aqui investigado, já que os participantes não aceitam ser moldados por sua religião, mas questionam a perspectiva religiosa e fazem uma nova interpretação da mesma. Ao promoverem essa nova compreensão, ou mesmo adaptação em função das experiências de vida, revelam que a religião não é estável ou isenta de reflexividade (Duarte & Carvalho, 2005), contribuindo para explicar as mudanças desenvolvimentais desses sujeitos.

Esse movimento, muitas vezes, gera uma dissonância entre o nível discursivo que atravessa a formação do praticante (que, por vezes, condena a homossexualidade) e o modo como a afetividade é expressa por esse mesmo fiel. O recurso empregado pelos participantes quando isso ocorre é, por vezes, negar essa dissonância, acolhendo-a como um dos aspectos que ainda precisam ser revistos em sua religião (caso dos praticantes espíritas, por exemplo) ou mesmo amadurecidos, haja vista que não há um consenso ou uma definição definitiva (no caso dos evangélicos). Assim, esses valores também podem ser revistos, podendo até mesmo ser “flexibilizados”, como no caso de determinadas denominações evangélicas (Natividade, 2010).

A vivência dos participantes na comunidade religiosa

Nesta categoria é discutida a vivência dos membros com a comunidade religiosa e a percepção dos mesmos sobre esses eventos, como o relacionamento com os membros da comunidade e com o líder religioso. Todos os participantes afirmaram que possuem um bom relacionamento com a comunidade religiosa, de modo geral. A maior parte dos participantes relatou que possui vínculos de amizade com membros da comunidade religiosa, sendo também “assumidos” para esses membros. Apenas dois participantes não possuem vínculos de amizade e não revelaram a sua homossexualidade para a comunidade religiosa. Quatro participantes relataram que, para os demais membros, apenas se assumem quando são questionados: “Não é bem assumir, é um não negar. ... Assumir, assumir não. Assumir é chegar e falar ‘a gente é gay, OK?’” (Amália, 24 anos, católica).

Dessa forma, muitos participantes demostraram a importância de frequentar uma instituição religiosa em que se sintam bem e possam formar vínculos, bem como estabelecer uma rede de apoio, como relatou uma participante. No entanto, essa rede de apoio social nem sempre acolhe de modo suficiente os homossexuais. Embora permitam que os fiéis continuem frequentando a religião, podem estabelecer ressalvas e chancelas que interferem no modo como a pessoa se coloca diante da comunidade. Assim, dois participantes relataram a ocorrência de restrições dentro da instituição religiosa ao assumirem a homossexualidade, como pode ser observado no relato de Joaquim:

Quando eu assumi ser homossexual dentro da Igreja, o pároco que estava à frente pediu para que eu saísse do coral que eu fazia parte, da liturgia e eu era coroinha também. Eu tive que me afastar da comunidade para que eu pudesse assumir a minha vida. (Joaquim, 22 anos, católico)

Esses participantes passaram por transições ecológicas significativas, sofrendo mudanças dentro da comunidade religiosa. Carlos mudou de papel na Igreja que frequenta, sofrendo restrições de atividades que poderia realizar dentro da instituição por não se adequar aos requisitos necessários para assumir aquele papel, como é exemplificado por sua fala:

Quando eu era membrado da igreja participava, eu cantava no grupo de louvor ... mas aí como eu não estou em comunhão, tenho um relacionamento, então eu estou fora de todos os eventos que envolva eu ir lá na frente, eu não posso fazer isso. (Carlos, 30 anos, evangélico)

Já o participante Joaquim passou por uma mudança de microssistema, procurando outra comunidade religiosa em que não sofresse restrições ou fosse estigmatizado. Nesse processo de transição ecológica (Bronfenbrenner, 2011) que evidencia o desenvolvimento, os participantes vivenciaram perdas e ganhos: o participante Joaquim foi acolhido por outra instituição religiosa e o participante Carlos pôde assumir seu relacionamento na comunidade religiosa da qual participa.

A esses relatos, podem-se acrescentar os de participantes que passaram por situações de discriminação dentro da instituição religiosa, como piadas acerca da homossexualidade. A maior parte dos participantes demonstrou pouco valor pessoal às experiências negativas, priorizando experiências positivas. Esse movimento, no entanto, pode deflagrar a aceitação de uma posição na qual o sujeito não é plenamente acolhido e respeitado, ocorrendo uma naturalização desse desconforto ou da necessidade de se ajustar dentro de uma comunidade, não participando de alguns espaços ou até mesmo não experienciando a comunhão, exemplificado no caso do participante católico. Algumas comunidades, nesse sentido, parecem reservar aos homossexuais um determinado espaço, espaço esse de discriminação, embora permeado pela possibilidade de o fiel estar na comunidade e manter-se vinculado religiosamente, ainda que com restrições. Desse modo, até mesmo quando há essa flexibilização, revela-se que tal movimento não promove uma inclusão propriamente dita, mas sim um enquadramento do sujeito em outra categoria igualmente alvo de discriminação.

Bronfenbrenner (2011) afirma que a força do processo proximal de influenciar o desenvolvimento humano pode variar a partir das características da pessoa em desenvolvimento, do contexto tanto imediato quanto remoto e dos períodos de tempo nos quais ocorre. As experiências são significadas de forma distinta por cada pessoa, com a possibilidade de atribuição de menor sofrimento às experiências negativas e maior valor pessoal às vivências positivas. A aceitação de restrições e a não preocupação com as situações de discriminação dentro da comunidade religiosa podem ser explicadas por características pessoais de recurso e força do participante, como os recursos emocionais que permitem melhor enfrentamento de situações adversas. Outra explicação para esse resultado diz respeito ao tempo pessoal do participante, que poderia estar vivenciando maior segurança de sua orientação sexual e, assim, não se preocupava com situações de preconceito que já eram esperadas no ambiente religioso.

Também é possível perceber as diferenças entre instituições religiosas dentro de uma mesma religião, o que pode ser influenciado pelo líder religioso que está frente à instituição. Dessa forma, a visão que o mesmo possui pode ser diferente da visão da própria religião, que pode influenciar a percepção sobre a homossexualidade e a conduta daquela instituição. Aqui se opera uma importante distinção entre a religião enquanto conjunto de códigos, crenças e valores (macrossistema) e a comunidade de referência (microssistema), caracterizada pelas relações proximais e passíveis de movimentos tanto de flexibilização (como expresso por Suzana) como por intolerância e estabelecimento de regras diferenciadas para os homossexuais (exemplo de Carlos). As relações proximais consideradas positivas e acolhedoras podem explicar a permanência de homossexuais em comunidades ligadas a crenças que não aceitam a homossexualidade, o que justificaria, até certo ponto, a também aceitação da dissonância referida na primeira categoria de análise (Natividade, 2010).

Relacionamento familiar e influência religiosa

Esta categoria discorre sobre os relacionamentos familiares dos participantes, como a aceitação da homossexualidade pela família nuclear e extensa e a percepção da influência da religião nesse relacionamento. A maior parte dos participantes é praticante da mesma religião de sua família nuclear, com a exceção de dois participantes, que realizaram a mudança de religião durante a adolescência. Dois participantes conheceram outras religiões, mas permaneceram praticantes da religião de sua família nuclear. É possível reconhecer o processo de transição ecológica nos participantes que vivenciaram mudanças de religião. Os participantes Iago (28 anos, espírita) e Beatriz (23 anos, espírita) realizaram uma mudança de ambiente ao discordar da religião de seus pais e procuraram uma religião que mais se adequasse aos seus valores pessoais. Essa possibilidade de escolha da religião e de mudança em relação a uma crença professada anteriormente, por exemplo, é um movimento mais contemporâneo, como destacado por Duarte (2005), legitimado e possibilitado também por questões culturais e contextuais.

Em relação aos participantes que praticam a religião dos pais, é possível reconhecer a importância do mesossistema, em que há a interação de dois ou mais microssistemas nos quais a pessoa está inserida, como é o caso da interação entre os microssistemas família e comunidade religiosa. Assim, os valores morais e crenças religiosas que estabelecem a noção de “certo” e “errado”, “santidade” e “pecado” e que são aprendidos dentro do microssistema comunidade religiosa são incorporados na educação parental. O potencial de desenvolvimento dos ambientes de um mesossistema é aumentado se as exigências de papel são compatíveis nos diferentes ambientes e se os papéis e atividades em que a pessoa se envolve encorajam o desenvolvimento da confiança mútua, de um consenso de objetivos entre os ambientes e de uma orientação positiva (Bronfenbrenner, 1996). Dessa forma, a maior parte dos participantes possuía uma relação de proximidade entre os microssistemas família e comunidade religiosa, em que havia proximidade com o líder religioso, com outros membros da comunidade religiosa, bem como os ensinamentos religiosos reforçados no ambiente familiar e vice-versa.

A revelação da homossexualidade mostrou-se um momento significativo para a maior parte dos participantes, que relataram a preocupação com a reação dos pais. Apenas um participante não assumiu a homossexualidade para os pais. Dois participantes assumiram para a mãe e não para o pai. A maior parte dos participantes não é assumida para algum membro da família extensa. A maior parte dos participantes relatou possuir um bom relacionamento familiar e a família nuclear aceita sua orientação sexual. Dois participantes relataram que os pais tiveram dificuldades para aceitar a orientação sexual do filho no início, mas atualmente há aceitação e possuem um bom relacionamento, como relata uma participante: “Ela teve a reação de mãe, ninguém acha lindo e maravilhoso, ela teve a reação dela ... . Hoje em dia é algo completamente normal e minha mãe me defende muito, defende muito a causa LGBT” (Beatriz, 23 anos, espírita).

Desse modo, a revelação da orientação sexual dos filhos e sua gradativa aceitação ocasionaram a mudança da percepção que os pais possuíam sobre a homossexualidade. Assim, os participantes puderam modificar o ambiente em que estavam inseridos, como é relatado por Bronfenbrenner (1996) ao afirmar que a interação entre pessoa e meio ambiente é compreendida como bidirecional e recíproca. Assim, o desenvolvimento é compreendido pelo desenvolvimento da pessoa no meio ambiente ecológico, sua relação com ele e a crescente capacidade da pessoa de descobrir, sustentar ou alterar suas propriedades.

A maior parte dos participantes acredita que a religião da família não influenciou o relacionamento familiar e a aceitação ou não da homossexualidade do familiar. Três participantes relataram que acreditam que a visão religiosa que os pais possuem influenciou o relacionamento familiar: “Olha, eu acho que, no começo pode ter influenciado, no começo que minha mãe reagiu e tal, mas com o andar da carruagem, acho que ela foi compreendendo muito mais com o coração dela do que com a religião” (Beatriz, 23 anos, espírita). Essa participante é praticante de uma religião diferente da dos pais. Assim, pode ser percebida a influência do exossistema, em que o microssistema no qual os pais da participante estão inseridos e ela não é capaz de influenciar o relacionamento familiar e a forma com que os pais percebem a orientação sexual do filho, ou seja, por meio do sistema de crenças estipulado pela religião e seguido por seus pais.

A maior parte dos participantes acredita que a aceitação ou não aceitação de seus pais não está ligada à religião, mas a crenças e valores próprios que não sofreram influência religiosa. A percepção que os pais possuem sobre a homossexualidade ultrapassa a visão religiosa e pode haver influência de outros contextos em que estão inseridos, como seu círculo de amizades ou os valores em que foram educados, até mesmo em relação ao período histórico e cultural em que estão inseridos e se desenvolveram. Observa-se, desse modo, que a religião não é o único aspecto do macrossistema a influenciar o modo como as pessoas se comportam e expressam a sua intimidade ou os seus valores pessoais, mas também é importante dimensionar de que modo as tradições familiares e sociais têm criado um espaço maior ou menor para a incorporação da reflexão sobre a homossexualidade.

Influência da religião

Esta categoria discorre sobre como os participantes percebem a influência da religião em determinados processos de suas vidas. Quatro participantes afirmaram que a religião que praticam influenciou positivamente no processo de assumir-se homossexual. Uma participante afirmou que sua religião retardou esse processo: “Deixei de assumir antes por causa da minha religião. Demorei uma vida inteira pra me assumir com medo de decepcionar minha mãe, da reação da minha avó, como eles foram criados na religião e sempre achava que era pecado” (Suzana, 28 anos, evangélica). Um participante relatou que a religião teve influência positiva em alguns pontos e negativa em outros. Os demais participantes acreditam que a religião não teve qualquer influência. Apenas dois participantes discorreram sobre a influência da religião em aceitar-se homossexual. Uma participante relatou que a religião não trouxe influência, pois sempre soube sua orientação sexual. Uma participante relatou que a religião teve influência positiva no processo de aceitar-se homossexual: “Sim, porque a maneira como eu enxergo Deus, que foi dada a partir da religião que eu tenho, me deixa muito confortável” (Amália, 24 anos, católica).

Todos os participantes são praticantes de sua religião há muitos anos, e a maioria está inserida nessa instituição desde o nascimento. É relevante apontar que tanto o microssistema comunidade religiosa como o macrossistema religioso se mostraram importantes para grande parte dos participantes no momento de assumir a homossexualidade, uma vez que se preocupavam com a reação dos familiares e da comunidade religiosa. No entanto, na maior parte dos casos, esses se tornaram uma rede apoio significativa após a revelação da homossexualidade.

O sistema de crenças daquela religião (macrossistema) também foi um fator de influência para os participantes, uma vez que se mostram incorporados aos seus valores pessoais. É possível notar que, mesmo com a visão por vezes negativa com que as religiões e instituições religiosas foram relatadas pelos participantes, as comunidades religiosas parecem balizar de modo significativo os comportamentos e as reflexões por eles realizados. Embora discordem da visão que associa a homossexualidade ao pecado, o que está fortemente disseminado nas religiões cristãs como as professadas pelos entrevistados, as crenças dos participantes mostram-se fortes e significativas em suas vidas.

Os participantes acreditam nos valores transmitidos pela religião, mas fazem a própria interpretação acerca de determinadas temáticas, a exemplo da homossexualidade, em um movimento que busca não apenas a adequação e o pertencimento a uma dada comunidade de referência, mas também o acolhimento e, por vezes, o apoio social em situações de maior vulnerabilidade e de sofrimento emocional. Esse movimento, embora se mostre adaptativo a partir dos relatos dos jovens entrevistados, acaba naturalizando expressões negativas e preconceituosas acerca da religião, conferindo destaque à tolerância vivenciada nas comunidades. Segundo Mesquita e Pierucchi (2016), esses saberes acabam por promover efeitos como a hierarquização das sexualidades e a desqualificação da homossexualidade.

O amor e a aceitação incondicionais de Deus aos seus adeptos, preceito esse presente nas religiões seguidas pelos participantes, é empregado como uma condição que justificaria a manutenção da expressão homossexual, mesmo com reprovações dogmáticas dessas mesmas religiões. Assim, o movimento parece ser o de empregar um saber religioso para permitir a expressão de um comportamento não reconhecido como normativo pela mesma instituição. Essa atitude parece ser compreendida pelas comunidades religiosas, oferecendo sentido tanto à manutenção da expressão homossexual quanto da prática religiosa, ainda que com ressalvas e espaços e posições interditas.

Considerações finais

Pode-se concluir, a partir deste estudo, que os homossexuais entrevistados discordam das visões negativas sobre a homossexualidade veiculadas por suas religiões. A maioria relata possuir um relacionamento positivo com a comunidade religiosa, ainda que algumas situações de desconforto e discriminação tenham emergido nas narrativas. Com isso, pode-se afirmar que a comunidade religiosa é destacada como um microssistema significativo para os participantes, embora os mesmos relatem releituras em relação aos dogmas e preceitos veiculados em nível macrossistêmico pelas mesmas instituições. Com isso, mostra-se um duplo movimento: ainda que institucionalmente não haja uma aceitação da homossexualidade, algumas comunidades religiosas promovem ajustes e adaptações no sentido de acolhimento desses fiéis, o que atravessa tanto sanções e restrições em relação a espaços e posições que podem ser ocupados quanto o acolhimento e a construção de uma rede de apoio a esses jovens adultos.

A partir do modelo bioecológico, é possível compreender que as pessoas são capazes de modificar o ambiente em que estão inseridas, de forma ativa ou passiva. Desse modo, os participantes demonstraram como pais e familiares com visões contrárias à homossexualidade aceitaram seu filho com essa orientação. Além disso, religiões historicamente contrárias à homossexualidade estão promovendo movimentos de aceitação de homossexuais em suas comunidades religiosas, bem como sua participação ativa, ainda que o cenário mais amplo acene para uma tendência à hierarquização da sexualidade e o preconceito em relação aos homossexuais (Mesquita & Pierucchi, 2016). Esses aspectos revelam movimentos de flexibilização importantes, ainda que nem sempre acompanhados de efetivas mudanças institucionais, o que pode ser compreendido em uma perspectiva mais ampla e que considere o macrossistema e, portanto, os elementos culturais que atravessam as expressões desses contextos.

A presença de pessoas de orientação homossexual na comunidade religiosa aponta para a possibilidade de modificar a compreensão que se tem sobre a homossexualidade por meio da desconstrução dos preconceitos pela simples interação ou pela conscientização. Assim, pequenas mudanças microssistêmicas são possíveis e podem também gerar gradativas mudanças macrossistêmicas, com a mudança cultural nas próprias comunidades religiosas e na cultura ocidental em geral. Do mesmo modo, mostra-se possível a desconstrução de preconceitos e a aquisição de uma visão cada vez mais positiva sobre a homossexualidade por meio da militância LGBT, conquista de direitos no âmbito jurídico e na produção de conhecimento científico, o que encontra ressonância na presente investigação. Em termos das práticas psicológicas em vigência, combater discursos e atuações normatizadoras e psicopatologizantes, acolhendo a espiritualidade de cada sujeito, parece ser uma recomendação que se respalda nos achados do presente estudo.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    08 Abr 2016
  • Revisado
    09 Ago 2016
  • Aceito
    22 Ago 2016
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