Os estudos de governamentalidade oferecem um quadro interessante para a compreensão dos processos do governo da conduta em relação ao poder e à subjetividade. No cenário atual das novas tecnologias do governo, o empowerment adquire importância na constituição dos processos subjetivos. A partir de uma abordagem qualitativa, analiso os diferentes significados construídos pelos atores de um programa de Liberdade Assistida em relação ao controle e à liberdade. Os resultados nos permitem abordar a complexa relação entre as duas noções, que apresentam significados diferentes de acordo com os lugares que ocupam nas relações de poder. Se para os adolescentes a liberdade é construída em práticas de vida cotidianas, que se opõem às áreas de controle, para os técnicos a mesma é elaborada dentro de uma relação contínua de controle, dominada pela responsabilidade pessoal ativa do ethos liberal avançado.
controle social; empowerment; governamentalidade; liberdade assistida; justiça penal