Resumo:
A partir de uma perspectiva decolonial, o objetivo da pesquisa foi compreender os lugares do negro na Psicanálise atualmente. Para isto, foram realizadas 13 entrevistas semiestruturadas com psicólogas e psicanalistas negras com prática clínica. A partir de análise categorial-temática, identificamos quatro categorias: escolha da Psicanálise, articulações entre Psicanálise e relações raciais, descobrindo-se negra e a cor da Psicanálise e das (não) psicanalistas. Diante do reconhecimento das limitações da Psicanálise, foi a experiência vivida do negro o motor de deslocamento ontológico que viabilizou desobediências epistêmicas configuradas na articulação da Psicanálise com teorias sociais. Este resultado evidencia o entrelaçamento da colonialidade do saber e do ser na matriz colonial do poder e enfatiza a desobediência ontológica como via fundamental para práticas psis antirracistas.
Palavras-chave:
Psicanálise; Colonialidade; Relações raciais; Desobediência; Formação