Resumo
O trabalho é considerado uma dimensão basilar da vida humana que viabiliza práticas sociais de transformação da natureza, acesso ao consumo e preservação da ordem institucional. Cada uma dessas dimensões deixa entrever uma prática iminente que é tão antiga quanto o trabalho: o vagabundear. O objetivo deste estudo consistiu em compreender como a palavra vagabundo(a) foi linguisticamente definida, tendo suas práticas codificadas pela moral e submetida a legislações. Adotando uma metodologia interdisciplinar e teórica, que teve como norteadora a Psicologia Social, constatou-se como resultado um antagonismo historicamente construído entre trabalhar e vagabundear. Encontramos na arte uma aliada para problematizar esse antagonismo, uma vez que nela o tema é abordado diretamente, podendo ser praticado no cotidiano sem desqualificações. A pesquisa conclui que a avaliação moral sobre o vagabundear tende a interditar formas plurais de existência ao mesmo tempo em que difunde majoritariamente a forma capitalista produtivista de estar no mundo.
Palavras-chave Vagabundear; Trabalhar; Subjetividade; Capitalismo; Resistência