Este artigo traz o debate dos corpos para analisar subjetivações ursinas. Inicialmente, é delineada uma breve revisão conceitual de analíticas de poder que contribuem para os estudos em embodiments, com destaque para Laclau e Mouffe (1987)Laclau E. & Mouffe, C (1987). Hegemonía y estratégia socialista: hacia una radicalización de la democracia. Madrid: Siglo XXI., Butler (2010)Butler, J. (2010). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. e Michel Foucault (1996)Foucault, M. (1996). A ordem do discurso. São Paulo: Loyola.. Foi realizada uma pesquisa qualitativa e corpus de pesquisa foi produzido por meio de entrevistas individuais semiestruturadas com 19 participantes. Os dados foram analisados sob a ótica pós-estruturalista do discurso tendo em vista as abordagens laclauniana e foucaultiana. A pesquisa conclui que o discurso ursino sobredetermina práticas dispersas no campo de afetividades analisado ao articular um esquema corpóreo "masculino". Este esquema se assume como um ponto nodal e, consequentemente, é o primeiro a ser acionado nas subjetivações dos participantes. Porém, tal processo não se concretiza de forma plena, nem elimina particularidades que muitas vezes parodiam demandas comportamentais.
corpo; subjetivação; homossexualidade; laclau; ponto nodal