Neste trabalho, objetivamos discutir a participação de indivíduos assentados em um movimento de luta pela reforma agrária (o MST), em dois momentos diferentes: o acampamento e o assentamento. A partir dos subsídios dados pela psicologia social de Adorno, e analisando um caso concreto, podemos refletir que a participação no MST representa uma possibilidade de que os indivíduos tenham, na época do acampamento, uma experiência (Erfahrung), que se coloquem de maneira reflexiva frente ao mundo administrado, tendo uma possibilidade de desenvolvimento do pensamento não tutelado e criando um conteúdo coletivo e um significado partilhado para suas ações. Por outro lado, com a entrada da lógica da mercadoria e do princípio do equivalente no assentamento, a vivência (Erlebnis) tende a tomar o lugar da experiência, e os indivíduos tendem a voltar a se adaptar ao mundo administrado, o que causa uma série de rompimentos e desencontros.
movimentos sociais; experiência; Escola de Frankfurt; T.W. Adorno