RESUMO
A virada hermenêutica da teologia sugerida por Claude Geffré revigora interpretações e aplicações criativas da mensagem cristã para além dos espaços eclesiais. No Brasil, escolas de samba, frequentemente, levam para o seu desfile uma palavra contra-hegemônica inspirada na Bíblia. Por exemplo, o enredo “Verdade vos fará livre” da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira (2020) apresentou o “Jesus da gente” de forma decolonial. A leitura bíblica feita pela Mangueira rompe com os padrões culturais hegemônicos e serve de inspiração para teologias contextuais acolhendo outros sujeitos, outra gramática e outros lugares de anunciação – o que pode ser uma novidade para a Teologia. O propósito desse artigo consiste em refletir, de modo incipiente, sobre a possibilidade de uma leitura bíblica decolonial inculturada e libertadora. O diálogo entre o pensamento decolonial e a teologia hermenêutica de Geffré, no contexto do carnaval brasileiro, compõe o nosso caminho de reflexão.
PALAVRAS-CHAVE
Teologia hermenêutica; Decolonialidade; Leitura bíblica