RESUMO
O artigo delineia o modo como o Papa Francisco enxerga a sinodalidade, como processo de escuta e de discernimento que implica a participação e o envolvimento de todo o Povo de Deus. Procura-se destacar a natureza essencialmente “relacional” (antes que “instrumental”) da sinodalidade, a qual deve ser compreendida não como uma tática com o intuito de conter os excessos do clericalismo, mas como retorno às origens autênticas da Igreja e de seu modo de proceder. De fato, enquanto comunhão, a Igreja brota da iniciativa de Deus Pai e, por meio do dom do Espírito Santo de Cristo, “reconduz à unidade os filhos de Deus dispersos” (Jo 11,52). Nisto, ela responde a seu ato fundante de ser “constituída como uma assembleia” com o desejo de caminhar junto como um Povo. A sinodalidade expressa a identidade mesma do Deus da comunhão e da misericórdia que a Igreja proclama ao mundo. A um só tempo, a sinodalidade suscita e mostra a correspondência entre o que a Igreja é em si mesma e o que ela faz no mundo.
PALAVRAS-CHAVE
Igreja; Vaticano II; Sinodalidade; Bispos; Povo de Deus; Laicato; Fiéis