Lima PMR, Viana TC, Lima SC. Estética e poética da velhice em narrativas autobiográficas: um estudo a luz da psicanálise. Estudos e Pesquisas em Psicologia. 2015; 15(1):58-78. |
Trata-se de um artigo de reflexão acerca da escrita autobiográfica sob a lente da psicanálise, como técnica pela qual através da poética, estética e história de vida, se pode (re) construir o eu na velhice. |
Apresentam-se os conceitos de estética e poética como modos de descrever e amenizar o mal estar existencial. Para tanto, cita autores que ao envelhecerem fazem autobiografias que apontam a sublimação, a dessexualização e, o uso das palavras escritas como modo de dar vazão as pulsões no idoso. Modo este que busca na história de vida, ferramentas para se reinscrever no presente, sem deixar ao mesmo tempo de entrar em contato com as vivencias do seu tempo atual (mesmo que negativas, como a dor). Ao mesmo tempo, apresenta o uso de oficinas grupais das quais idosos rememoram fatos para melhor lidarem com a angústia, com vistas a ressignificação da identidade e o refazer do seu lugar social e suas relações. |
Charazac PM. L'apport de la psychanalyse aux soins en institution gériatrique. Geriatr Psychol Neuropsychiatr. 2014; 12(2): 193-8. |
Este é um artigo de reflexão que aponta as contribuições da psicanálise aos sujeitos do cuidado, enfermeiros e cuidadores. |
Enunciam-se os conceitos de cura e cuidado, a visão negativa de se estar numa instituição geriátrica, a necessidade de manutenção do idoso na instituição de longa permanência, bem como, as fantasias que se tem sobre o cuidado recebido do profissional de saúde. Todos esses aspectos no olhar psicanalítico, com valorização da intervenção do psicanalista apoiando os idosos, os profissionais e ainda o próprio funcionamento da instituição de atenção prolongada ao idoso. Com relação aos profissionais, pontua o apoio ao se fazer transferência e contra transferência, no sentido de ressignificar suas frustrações nas perdas constantes de autonomia dos idosos, ou a própria morte destes anciães, rumo à valorização deste trabalhador. Além disto, traz ainda, a possibilidade de que a cura, o cuidado, a dependência, a autonomia e a morte possam ser compreendidas e vivenciadas na importância que cada uma delas tem ora para o idoso, ora para o profissional. |
Mucida A, Pinto JM. Sintomas de velhos?. Cad Psicanal CPRJ. 2014Mucida, A., & Pinto, J. M. (2014). Sintomas de velhos?. Cadernos de Psicanálise, 36(30), 45-60. ; 36(30):45-60. |
Este é um artigo de reflexão que visa problematizar a ideia de sintomas de velhos, tendo como eixo indicações freudianas e lacanianas. |
Aponta-se o sintoma na ótica da psicanálise em contraste com o olhar biologicista e cultural do envelhecer. Sinaliza o sintoma como podendo ser antigo, mas não específico dos idosos. Defende que a psicanálise não opera com patologias e sim com os sintomas subjetivados, na qual os sujeitos estão implicados. Nega assim os “sintomas de velhos” e, aponta em Freud que o sintoma atualiza a verdade incrustada no inconsciente. Já em Lacan descreve a questão do real e do simbólico, além de que o sintoma também pode ser “gozo”. Como alternativa à questão, descreve que a ideia geral e trágica de velhice leva muitos sujeitos a respostas sintomáticas que só tendem a aguçar os efeitos do envelhecimento; deixam de se cuidarem, desenlaçam-se da vida e tecem sintomas com os quais o corpo leva a pior, sendo que o analista é quem evidencia o sintoma no inconsciente e escuta os seres falantes, independente da idade, com vistas a fazer “emendas” entre o real e o sintoma. |
Chessick RD. Special problems for the elderly psychoanalyst in the psychoanalytic process. J Am Psychoanal Assoc. 2013; 61(1):67-93. |
Este é um artigo de reflexão que mostra condições diferenciadas do analista idoso no processo terapêutico. |
Aponta-se a condição de idoso do analista ser um contexto especial que exige deste a consciência da sua existência e, um monitoramento contínuo da transferência e contratransferência evitando uma conivência silenciosa, perigosa e inconsciente de paciente e analista. A pouca literatura acerca também é apontada. |
Clínica Psicanalítica com Idosos, 2011 |
Referência |
Proposta do Estudo |
Sinopse |
Silva BR, Finocchio AL. A velhice como marca da atualidade: uma visão psicanalítica. Vínculo. 2011Silva, B. R., & Finocchio, A. L. (2011). A velhice como marca da atualidade: Uma visão psicanalítica. Vínculo, 8(2), 22-28.; 8(2):22-8. |
Este é um relato de experiência de um trabalho com dinâmicas de grupo com idosos de uma instituição de longa permanência para idosos (ILPI) com a perspectiva de reflexão do idoso sobre sua condição asilar e de sua história de vida, sobre a ótica da psicanálise. Estudo feito numa cidade do noroeste paulista, no ano de 2010. |
Trata-se de uma atividade desenvolvida com 4 a 6 idosos de uma ILPI (maioria mulheres - 5) de um universo de 16 moradores. Realizaram-se quatro encontros, com dinâmicas de grupo que versaram principalmente acerca da percepção sobre a ILPI, história familiar, histórias boas e ruins de vida, objetos representativos e orientação alimentar. As narrativas mostram um silêncio sobre a ILPI com sintomas que tentam proteger os desejos; a fantasia de um marido ideal apesar de traição, num contraste de pulsão de vida e de morte; repetição de lembranças como único investimento de vida restante. Verificou-se assim a desvalorização do saber do idoso; sentimento de abandono e desamparo; comunicação pouco tolerada pelas instituições; apagamento dos traços individuais; e, relatos repetitivos de histórias. |
Altman M. O envelhecimento à luz da psicanálise. Jornal de Psicanálise. 2011Altman, M. (2011). O envelhecimento à luz da psicanálise. Jornal de Psicanálise, 44(80), 193-206.; 44(80):193-206. |
Este é um artigo do tipo relato de experiência e de reflexão que aborda perdas vividas pelo idoso, isto feito através de conceitos psicanalíticos. |
Aponta-se que velhice não é um conceito plural, pois modela as diferentes visões. Mostra o olhar no espelho como a “traição” ao corpo nas condições do envelhecer. Em Freud discutem o luto como as perdas psíquicas, bem como a pouca elasticidade de uma pessoa acima de 50 anos ter proveito da prática analítica. Outros autores descrevem que é mais importante a idade da neurose do que a idade cronológica. A experiência da autora em uma clínica social atuando com idosos mostrou a necessidade de se trabalhar a elaboração de perdas e do luto, bem como, a reinventar padrões de vida. Verificava-se perda de autoestima, narcisismo ferido e assim, perda de sentido de vida. Para alguns, na atividade era necessário desvincular os idosos da libido de certos objetos e condições e facilitar a revisão de tal libido a outros contextos. Expõe ainda a dificuldade de alguns analistas, tanto de atender como de se relacionar com clientes idosos, por dificuldade de lidar com a morte e, ativação de seus conflitos infantis. Retomada de potenciais adormecidos, melhor uso de tempo livre e criatividade, são citados como possibilidades de se ressignificar a vida do idoso. |
Chase C. The aging of Anna Freud's diagnostic profile: a re-examination and re-application of the psychoanalytic assessment for older adults. Psychoanal Study Child 2011; 65: 245-74.
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Este é um artigo de atualização sobre a aplicabilidade do perfil diagnóstico proposto por Anna Freud em idosos. |
Apresenta-se um estudo de caso de uma mulher de 70 anos com o uso da técnica de perfil diagnóstico de Ana Freud para uma compreensão mais clara, tanto para o diagnóstico quanto para a compreensão intra-psiquica de pessoas idosas. |