O objetivo deste artigo é promover uma reflexão sobre a perversão, em sua relação com a criminalidade, e contribuir para a compreensão da perversão como um mecanismo amplo, como sintoma social, não apenas restrita ao âmbito individual. A perspectiva adotada é psicanalítica, segundo a qual a perversão é entendida como uma posição subjetiva, e não como uma aberração sexual. No presente trabalho, a perversão social é vista como uma recusa da castração, que aparece no âmbito social. A hipótese é de que vivemos sob um desmentido social em dois aspectos complementares: a negação da castração, pelo imperativo do gozo, e a contradição do contrato social, pela falácia da cidadania, o que gera consequências nas formas de subjetivação da atualidade.
crime; prisão; perversão social