Resumo
A noção de crise do senso comum na esquizofrenia é introduza por Wolfgang Blankenburg através do conceito de perda da evidência natural. Na contemporaneidade, Giovanni Stanghellini revista e amplia essa noção, propondo uma perspectiva panorâmica dessa crise. Este artigo apresenta as contribuições trazidas pela perspectiva de Stanghellini, introduzindo seu entendimento sobre o conceito de senso comum e a relevância deste para a compreensão da esquizofrenia. Para o autor, o senso comum é compreendido de três modos: como saber socialmente compartilhado, sintonização intuitiva e cenestesia. Através das noções de intercorporeidade e koinè aisthesis, Stanghellini entende a esquizofrenia como experiência de rompimento da relação habitual com o mundo. Sua proposta contribui para a prática clínica ao sugerir direções à psicoterapia com esquizofrênicos.
Palavras-chave:
esquizofrenia; senso comum; psicopatologia fenomenológica