Resumo
A adaptação cultural de intervenções preventivas em saúde mental baseada em evidências tem sido largamente praticada ao redor do mundo. No Brasil, estudos com esse foco são raros. Tal processo deve ser sistemático para alcançar, por um lado, a preservação dos componentes centrais da intervenção original e, por outro, a sensibilidade cultural para com a cultura adotante de modo a respeitar a sua identidade, valores e necessidades. Realizou-se uma revisão narrativa acerca de modelos de adaptação cultural de intervenções preventivas importadas - Planned Intervention Adaptation (PIA) Protocol; Strengthening Families Program Adaptation Model (SFP_Ad); e ADAPT-ITT - cujas etapas e características foram analisadas. Conclui-se que a adaptação cultural de programas preventivos em saúde mental deve basear-se em estudos empíricos, práticas colaborativas e sensibilidade ética. Estudos futuros devem investigar o custo-benefício do investimento na adaptação cultural de intervenções internacionais versus o desenvolvimento de intervenções locais, para os quais são necessárias capacidades diversas.
Palavras-chave:
prevenção; adaptação cultural; prática baseada em evidências