Resumo
Diferentes organizações registram índices alarmantes de pobreza na Argentina. No entanto, pode haver diferenças entre quem é considerado pobre de acordo com essas medidas e quem é considerado pobre na sociedade, pelo senso comum. Este trabalho analisa as representações sociais de pessoas em situação de pobreza em uma amostra de 605 argentinos/as por meio da técnica de associação de palavras. Os resultados sugerem que a pessoa que vive na pobreza é entendida principalmente como alguém que passa fome, definição que corresponde à indigência segundo o órgão oficial que mede a pobreza e a indigência na Argentina. Não obstante, enquanto no núcleo da representação se identifica a presença de elementos da pobreza monetária e seus efeitos sobre a alimentação (fome), no sistema periférico se identifica elementos relacionados à violação de direitos sociais, como educação, moradia, trabalho e saúde. Conclui-se que igualar a pobreza à indigência tornaria invisível a situação de milhões de pessoas na Argentina.
Palavras-chave:
representações sociais; pobreza; indigência