Resumo
A parentalização compreende um fenômeno de reversão de papéis entre os subsistemas familiares, incluindo distorções de papéis e inversão de hierarquia. Este estudo teve como objetivos adaptar e buscar evidências de validade do Questionário sobre a Parentalização para o contexto brasileiro. Após procedimentos de tradução, o instrumento foi aplicado em 868 adultos de quatro regiões do Brasil, sendo 55,4% mulheres. Análises fatoriais exploratórias e confirmatórias revelaram a solução de três fatores para a parentalização (i.e., parentalização emocional, parentalização instrumental e percepção de injustiça) como adequada, com satisfatórios índices de consistência interna, consonante com a teoria sobre o construto. Também se encontraram relações com outras variáveis conforme esperado, por exemplo, as pessoas que apresentavam indicadores de parentalização no discurso mostraram maiores níveis nos três fatores do construto; já as mulheres mostraram maiores níveis de parentalização do que os homens. A versão brasileira do instrumento apresentou satisfatórias evidências de validade e indicadores adequados de fidedignidade.
Palavras-chave:
parentalização; validade do teste; relações familiares; papel dos pais