A família pode ser vista como unidade de reprodução econômica: pais sustentam filhos e idosos, e serão por sua vez sustentados. Hoje, com a desarticulação da família - nos EUA apenas 26% dos domicílios tem pais e filhos -, a fragilização do Estado e a privatização dos serviços sociais, é o próprio processo de redistribuição do excedente social entre gerações que se vê prejudicado. A dinâmica econômica ajuda a entender os impactos muito mais amplos, como a tensão entre gerações, a redução da sociabilidade e o sentimento crescente de angústia que se generaliza. A fase não produtiva da infância e da juventude, bem como da terceira idade, está se prolongando de maneira muito significativa. Foi-se o tempo em que a criança de 10 anos já ia para a roça ajudar o pai, e em que os pais faleciam quando os filhos chegavam à maturidade. Os desafios são econômicos, mas também sociais e culturais, em particular nas grandes cidades. É a própria base econômica da reprodução da sociedade que está se deslocando.
família; reprodução social; políticas sociais; juventude; velhice