O artigo problematiza o modo como auxiliares de enfermagem da rede pública de saúde mental se tornam trabalhadores da saúde mental, mediante cuidados de si. Os cuidados de si, abordados neste estudo, segundo as discussões foucaultianas, são os exercícios, as tecnologias, as práticas cotidianas que auxiliares de enfermagem têm para consigo mesmos (e que constituem um si), pelos quais se reconhecem como trabalhadores da saúde mental. Os cuidados de si dizem respeito ao falar de si, ao silêncio e às "dietéticas" de bem-viver, engendrados no cotidiano de trabalho e correlacionalmente produzidos pelas enunciações de humanização da saúde e reabilitação psicossocial. Utiliza-se a proposta genealógica de Foucault para analisar o material empírico selecionado: a Lei 9716, que dispõe sobre a Reforma Psiquiátrica no RS, a Carta Instituinte São Pedro Cidadão, a Revista de Saúde Mental Coletiva, um fôlder de um encontro da Saúde Mental e entrevistas com auxiliares de enfermagem do Hospital Psiquiátrico São Pedro.
Pessoal da saúde mental; Habilidades para autocuidado; Enfermagem