Podemos ainda estar bastante longe de construir um modelo neurobiológico dos estados mentais conscientes sem incorrer nas insuficiências do reducionismo ou do funcionalismo. Alguns passos importantes foram entretanto dados neste sentido. O principal deles refere-se à idéia de que o estudo da dinâmica temporal de grupos neuronais pode fornecer alguma pista sobre os blocos funcionais utilizados na construção da experiência subjetiva consciente. Há cerca de 30 anos Pöppel vem trabalhando com um modelo de organização temporalmente descontínua da atividade mental consciente, o qual compreende dois mecanismos oscilatórios, de alta e de baixa frequência. O primeiro relaciona-se à definição de eventos e o segundo a sua integração em um momento psicológico. Os mecanismos da consciência equivalem aos que tornam esta sucessão de momentos temporais discretos possível. A compreensão dos mecanismos neuronais destas periodicidades e de sua relação com o processamento de informação está apenas começando.
Consciência; Estados de consciência; Frequência temporal; Mente; Neurobiologia