Open-access A versão de sentido e seu uso na Psicologia: uma revisão integrativa

The expression of meaning and its use in Psychology: an integrative review

La « version du sens » et son usage dans la Psychologie : une revue intégrative

La versión de sentido y su uso en la Psicología: una revisión integradora

Resumo:

A versão de sentido foi desenvolvida há mais de vinte anos como instrumento de registro e reflexão na prática psicoterápica. Trata-se de um modo breve de registrar a experiência essencial de uma sessão, diferentemente do costumeiro e longo relatório. Desde a sua origem, o uso da versão de sentido tem se espalhado por várias regiões do Brasil, tanto na clínica quanto na academia. Esta revisão integrativa tem como objetivo verificar a evolução do conceito de versão de sentido desde a sua concepção até os dias atuais e em quais contextos é utilizada. Os 29 trabalhos selecionados revelam que a versão de sentido vem sendo usada em diversos contextos, com uma variedade de procedimentos e caracterizações que, no entanto, não eliminam a intenção comum de facilitar o acesso ao sentido vivido pelos participantes do encontro.

Palavras-chave:  versão de sentido; experiência vivida; relato; revisão integrativa; método fenomenológico

Abstract:

The “expression of meaning” was developed over twenty years ago as an instrument of register and reflection in psychotherapeutic practice. It is brief way to register the essential experience of a session, unlike the usual and long session notes. Since its origin, the use of expression of meaning has spread to several regions of Brazil, both in clinical work and in the academia. This integrative review aims to verify the evolution of the concept of expression of meaning since its conception to the present day and in what contexts it is used. The 29 selected works reveal that expression of meaning has been used in several contexts, with a variety of procedures and characterizations that, however, do not eliminate their common intent of facilitating access to the participant’s lived meaning of an event.

Keywords:  expression of meaning; lived experience; report; integrative review; phenomenological method

Résumé :

La « version du sens » a été développée il y a plus de 20 ans comme instrument d’enregistrement et de réflexion sur la pratique psychothérapeutique. Il s’agit d’une manière brève d’enregistrer l’expérience essentielle d’une session par rapport au long compte rendu habituel. Depuis sa création, l’usage de l’instrument s’est répandue dans plusieurs régions du Brésil à la fois en clinique et en recherche. Cet article est une revue intégrative des œuvres qui utilisent ou discutent de la version du sens depuis sa conception, décrivant comment et pourquoi elle a été utilisée, pour mettre à jour sa conceptualisation et clarifier sa signification. Les 29 travaux sélectionnés révèlent que l’instrument a été utilisée dans plusieurs contextes, avec de procédures et de caractérisations variées qui, cependant, n’éliminent pas l’intention commune de faciliter l’accès au sens vécu par les patients.

Mots-clés :  version du sens; expérience vécue; revue intégrative; méthode phénoménologique

Resumen:

La versión de sentido se desarrolló hace más de veinte años como instrumento de registro y reflexión en la práctica psicoterápica. Se trata de un modo breve de registrar la experiencia esencial de una sesión, a diferencia del habitual y largo informe. Desde su origen, el uso de la versión de sentido se ha extendido por varias regiones de Brasil tanto en la clínica como en la academia. Esta revisión integradora tiene como objetivo determinar la evolución de la versión de sentido desde su origen hasta el día de hoy y los contextos en los cuales ha sido utilizada. Los 29 trabajos seleccionados revelan que esta herramienta es utilizada en diversos contextos, con una variedad de procedimientos y caracterizaciones que, sin embargo, no eliminan la intención común de facilitar el acceso al sentido vivido por los participantes del encuentro.

Palabras clave:  versión de sentido; experiencia vivida; relato; revisión integradora; método fenomenológico

Introdução

Versão de sentido (VS) é uma expressão mais espontânea – porém curta e resumida – da reação interior a um encontro, feita imediatamente após este por um de seus participantes. Com essa denominação, a VS já tem uma história de mais de vinte anos. Nasceu na Universidade de São Paulo (USP), quando o Dr. Amatuzzi se reunia em grupos de estudo com alunos e ex-alunos de Psicologia para reverem atividades de campo e refletirem sobre elas. De lá ela acompanhou o alastramento da VS para a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), e desde então o método tem se espalhado por várias regiões do Brasil como instrumento útil de registro e reflexão de atividades pessoais na academia e na clínica.

Tudo começou quando nesse grupo procuravam um modo de registrar por escrito a experiência de campo dos trabalhos de atendimento psicológico (Amatuzzi, Solymos, Ando, Bruscagin & Costabile, 1991 ). Buscavam um modo que fosse diferente dos tradicionais, longos e detalhados relatórios, que tomavam muito tempo da pessoa e não pareciam ser úteis no próprio momento de sua elaboração, reduzindo-se a um exercício mecânico de memória. O que o grupo buscava era a experiência do sentido do encontro terapêutico ou educativo e uma compreensão do seu significado que pudesse ser útil na prática. Depois disso, a experiência foi levada para outros grupos em disciplinas da Pós-Graduação em Psicologia. Era solicitada aos alunos a feitura de versões de sentido relativas a alguma atividade desenvolvida por eles, e essas VS eram discutidas em sala de aula.

Um dos autores, que era o docente da disciplina na qual uma dessas experiências foi feita, relatou um episódio marcante: um dos alunos se recusava a ler a VS em sala de aula, dizendo que o que ele havia escrito eram palavras que não podiam fazer nenhum sentido a não ser para ele mesmo, que vivenciara o encontro. Tratava-se da experiência de um atendimento psicológico. O professor pediu-lhe que lesse sua VS assim mesmo, e sem fazer nenhum comentário. O aluno concordou e leu sua VS. Então lhe foi solicitado que esperasse a reação dos colegas de sala. Cada um dos colegas começou a falar como tinha ouvido aquela VS e o que lhe vinha à mente sobre a sessão de atendimento e sobre a pessoa atendida. Quando todos terminaram de falar, a palavra foi dada novamente ao aluno autor da VS. Ele disse, então, que estava estarrecido com o que ouvira, porque seus colegas haviam descrito a sessão com muita precisão psicológica sem terem estado presentes nem saberem nada sobre detalhes das pessoas envolvidas.

Essa experiência e outras semelhantes nos fizeram perceber que a VS funcionava como uma espécie de “gravador de sentido”, e que escutar as reações de outras pessoas do grupo após sua leitura tinha um efeito semelhante ao de uma supervisão. Seu breve texto, uma ou poucas frases, e às vezes até uma única palavra, podem transmitir sinteticamente o sentido de um encontro de maneira impactante para todas as pessoas do grupo.

Na psicoterapia, a VS pode ser usada como forma de “registro” de sessões, visando uma reflexão posterior por parte daquele que a escreve. Pode também ser usada como forma de expressão do sentido vivido de outros tipos de atividade, como aulas expositivas, espetáculos artísticos, passeios, meditações, reuniões informais, pesquisa etc. Em outras palavras, qualquer pessoa pode usar a VS como instrumento prático em sua reflexão profissional ou pessoal. Poderá auxiliar seu autor a lembrar o que aconteceu num encontro, sendo um veículo emocional para a memória, e poderá ainda ajudá-lo a ter uma visão geral do processo ao longo de vários encontros, relendo de uma só vez a sequência inteira de VS. Nesse último caso, permitirá a visão dos encontros sem, no entanto, ater-se aos detalhes factuais, ou seja, pelo destacamento do que foi o essencial do processo inteiro. Uma VS, portanto, não traz “dados” nem uma descrição objetiva. Ela expressa como um encontro foi experienciado na subjetividade de um participante.

No contexto de aprendizagem clínica, a VS pode funcionar como um instrumento didático que introduz aos poucos o aprendiz na sensibilidade aos aspectos subjetivos envolvidos nos atendimentos. Não é raro que só depois de ter escrito a VS o aprendiz se dê conta do que ele poderia ter dito ao seu cliente durante a sessão. Numa supervisão, um supervisionando pode trazer a VS de seu atendimento, conforme foi relatado acima. O supervisor ou o grupo reage à sua leitura e, então, abre-se à conversa, e o supervisionando poderá dizer mais coisas ou suas associações ou percepções. É surpreendente como a VS, quando colocada na roda de conversa, tem a capacidade de suscitar lembranças e associações no supervisionando. A VS pode ser utilizada com outras formas de expressão além da escrita: um desenho (colorido ou não), uma escultura viva, uma fotografia, um movimento de dança etc. (nesse caso, sugere-se fazer também uma expressão escrita, mesmo que seja após a expressão plástica).

Desde a sua concepção, a prática da VS tem se espalhado por várias regiões do Brasil, mas não há um acompanhamento de seu uso no decorrer dos anos. Este artigo pretende verificar se o conceito da VS evoluiu desde a sua concepção até os dias atuais e em que contexto tem sido utilizada. Para isso, recorre a uma revisão integrativa de literatura.

Método

Foi realizada uma revisão integrativa, concebida dentro de uma abordagem compreensiva, que possibilita uma síntese de determinado tópico em diferentes campos, perspectivas e teorias (Cronin & George, 2020 ; Whittemore & Knafl, 2005 ). Para o desenvolvimento desta revisão emergiram as seguintes questões: Como vem sendo conceituada a VS? Por quem tem sido usada? Onde e com qual objetivo? Como critério de inclusão foram considerados todos os artigos – em inglês, português e espanhol – que referenciavam ou utilizavam a VS desde 1991, ano em que ocorreu o seu surgimento. Foram excluídos artigos repetidos e que não estavam disponíveis na íntegra, livros, teses e dissertações, bem como os que não atendiam às questões norteadoras.

Foi realizado um levantamento nas bases de dados bibliográficas da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com as palavras-chave “versão de sentido”, “versión de sentido”, “versões de sentido” (que não aparecem como descritores) nos resumos, sem limite de tempo e com textos integralmente disponíveis, que resultou em 375 artigos. A mesma busca de palavras-chave no Portal Capes, especificando esses termos exatos e em qualquer campo, rendeu 38 resultados, dos quais foram descartados 29 textos duplicados, totalizando 384. Usando os critérios de exclusão, foram separadas resenhas, teses e dissertações (n=25) bem como os trabalhos que não atendiam à questão norteadora (n=330) (estes apenas usavam o termo, mas não havia nenhuma relação com a VS que está sendo investigada), restando, assim, 29 trabalhos para serem analisados. A Figura 1 é uma adaptação do modelo PRISMA e ilustra esse processo.

Figura 1.
Processo de identificação, seleção e inclusão de artigos na revisão

Resultados

A amostra final do estudo foi reunida em tabelas construídas pelos autores, e é detalhada a seguir em “Caracterização dos artigos” e “Objetivo e síntese do uso da versão de sentido”, de forma a esclarecer em qual contexto a VS vem sendo utilizada (local e instituição dos autores e revista publicada) bem como verificar o seu conceito – caracterizado nos artigos por meio de seus objetivos e pela sua utilização (instrução, autoria, procedimentos de análise, uso pareado com outros recursos, inovações e outros usos).

Caracterização dos artigos

Dentre os 29 trabalhos analisados, 26 referem-se a artigos empíricos voltados para relatos de pesquisa e apenas três artigos teóricos. Todos se encontravam na língua portuguesa. Quanto à autoria, os 69 autores estão distribuídos entre Estados Unidos, França, República Tcheca e em 12 estados brasileiros (BA, CE, ES, GO, MA, PA, PB, PE, PI, RN, SC, SP) e no Distrito Federal, destacando-se São Paulo (n=19) e Ceará (n=15).

Em São Paulo, os autores representam a PUC-Campinas (10) – onde o criador da VS foi professor titular –, o Centro Universitário Nove de Julho (Uninove), a Universidade de Araraquara (Uniara), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Espaço de Estudos e Pesquisa na Abordagem Centrada na Pessoas Dr. John Keith Wood, a Faculdade Anhanguera, o Centro Universitário Salesiano (Unisal) e o Centro Universitário da Fundação Herminio Ometto (FHO). No Ceará, participaram autores da Universidade de Fortaleza (Unifor) (3) – onde o criador da VS foi professor visitante –, do Centro Universitário Católica de Quixadá (UniCatólica) (3), do Instituto Gestalt do Ceará (IGC) (3), da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) (3) e da Universidade Federal do Ceará (UFC) (3). Vejam-se autores e instituições na Tabela 1 .

Tabela 1.
Categorização dos artigos incluídos na revisão integrativa

Conforme pode-se observar na Tabela 1 , os artigos foram publicados em revistas interdisciplinares (Revista Expressão Católica; Cadernos de Pós-Graduação, Ciência e Saúde Coletiva; Itinerarius Reflectionis), de enfermagem (Revista Baiana de Enfermagem) e a maioria em revistas da área de psicologia e psicoterapia: Revista da Abordagem Gestáltica; Estudos de Psicologia; Psicologia: Ciência e Profissão; Psicologia Clínica; Psicologia em Estudo; Mal-estar e Subjetividade; Psicologia da Educação; Revista Brasileira de Psicoterapia; Id Online ; Educação Especial e Contextos Clínicos; e Revista Interinstitucional de Psicologia, Psicologia e Saúde; e Psicologia USP.

Objetivo e síntese do uso da versão de sentido

Na Tabela 2 encontram-se distribuídos os objetivos dos artigos e como foi usada a VS ao longo dos anos: as instruções dadas, por quem foram escritas, qual seu processo de análise e algumas mudanças em relação à proposta original.

Os assuntos são diversificados, mas na maior parte são referentes às experiências de psicólogos ou estagiários. Remetem à psicoterapia (vivência clínica individual e em grupo, o processo e a facilitação de tornar-se terapeuta) (n=8), à supervisão (n=4), à aprendizagem do uso da VS (na prática clínica e na pesquisa) e ao processo de desenvolvimento humano e diversas experiências: de ensino e/ou aprendizagem (n=5), de liberdade, de trabalho em grupo, de reflexão, de cuidado de crianças autistas e vítimas de violência sexual, de estar doente, de relacionamento amoroso, de orientação profissional e de participar de clube de livro. Aponta-se que nem todos os textos apresentaram claramente o uso que fizeram da VS.

Tabela 2.
Objetivo e síntese quanto ao uso da VS de acordo com as instruções oferecidas e quem as escreveu

A instrução

De acordo com a Tabela 2 , nove pesquisas empíricas não descreveram a instrução dada para a confecção da VS. Algumas apresentam instruções gerais: “descreva o encontro” (Túbero & Rocha, 2020 ), “escreva de forma livre e espontânea sua experiência” (Martins, 1999 ), “escreva de forma bem descritiva os relatos” (Guedes et al., 2008 ), “escreva de forma sucinta o sentido do encontro” (Messias et al., 2018 ; Prebianchi & Amatuzzi, 2000 ), “procure destacar os sentidos do encontro” (Nobre & Souza, 2018 ; Silva et al., 2014 ) e “descreva o que foi mais significativo/marcante” (Cordovil et al., 2021 ; Filho, Moreira & Holanda, 2018 ; Macêdo et al., 2021 ). Outras apenas mencionam o que buscavam: um breve relato do sentido do encontro ou de como foi participar da entrevista (Cambuy & Amatuzzi, 2008 ; Milanesi & Amatuzzi, 2008 ; Prebianchi & Amatuzzi, 2000 ); falavam da necessidade de se fazer um registro semanal (Sousa & Cury, 2009 ) ou do momento em que o relato devia ser feito: “nos cinco minutos finais do encontro”, por exemplo (Souza e Macêdo, 2018 ).

Alguns trabalhos descrevem claramente qual foi a instrução dada para a escrita da VS. Correia e Moreira ( 2016 ), por exemplo, pediram que escrevessem um relato espontâneo de como estava sendo participar do grupo de psicoterapia, trazendo de forma livre aspectos tocantes e momentos mais significativos, e deixando claro que não havia certo nem errado. Em seu artigo, Boris ( 2008 , p. 177) descreve a instrução a ser dada para psicoterapeutas: “[. . .] escrever, livre e espontaneamente, logo após a sessão, tudo o que lhe ocorra sobre a relação psicoterápica, sobre o paciente e sobre si mesmo”. Bacellar, Rocha e Flôr ( 2014 ) pediram que participantes escrevessem um texto livre, informal, sobre como percebem a experiência de trabalho da Psicologia naquele ambiente e que significado isso tem para sua vida. Roveda e Barbosa ( 2020 ) e Lopes et al. ( 2021 ) pedem que sejam escritas as percepções dos entrevistados ou o que emerge à consciência sobre significados, sentimentos, percepções e sensações que tiveram naquele momento.

A autoria

Em relação à autoria das VS nos artigos empíricos, cerca de 20% deles engajaram tanto o pesquisador quanto o(s) participante(s), ou tanto o supervisor quanto os estagiários. Os demais requisitaram VS apenas dos participantes, quer fossem estudantes (estagiários, plantonistas), quer fossem psicoterapeutas ou psicólogos ( Tabela 2 ).

O uso da VS era novo para muitos dos participantes, por isso Cordovil et al. ( 2021 ) treinaram os estagiários para usar a VS antes da pesquisa. Galhardo e Pereira (2016) perceberam a dificuldade inicial da maioria dos participantes de escreverem algo mais pessoal, porém, ao longo dos seis encontros mensais, os textos se tornaram mais subjetivos. Ainda, mais da metade dos artigos (n=16) escreveram VS em um contexto de psicoterapia (estágio ou supervisão de profissionais ou estagiários de Psicologia).

Procedimento de análise

Os participantes dos trabalhos que descreveram com detalhes o procedimento da pesquisa e a análise das VS recolheram-nas e fizeram uma análise desvelando categorias ou eixos de significado. Por exemplo, no trabalho sobre supervisão de Alves e Lima ( 2012 ), as estagiárias agruparam todas as VS, leram, releram e realizaram uma análise fenomenológica em busca de significados e da compreensão do processo vivido pelo participante. Macêdo, Souza e Nunes ( 2021 ) seguiram um procedimento semelhante, com a inclusão de uma síntese do processo vivido pelo grupo de supervisão.

Correia e Moreira ( 2016 ) recolheram 42 VS de psicoterapeutas e clientes do grupo, fizeram uma leitura exaustiva, agruparam-nas em temáticas semelhantes e montaram categorias. Nobre e Souza ( 2018 ) e Silva et al. ( 2014 ) analisaram as VS e agruparam expressões/frases em eixos de significado. Martins ( 1999 ) usou a VS como forma de registro para nove sessões de psicoterapia psicodinâmica e preocupou-se em relacioná-las com um sistema de pensamento pedagógico, seguindo oito passos para sua análise crítica. Lopes et al. ( 2021 ) usaram análise temática dos treze diários de estudantes de Psicologia em busca de situações em que houve reflexão posterior, uso de verbos afetivos, indicações de afeto em relação a outros e uso das palavras “mudança” ou “transformação”. Vasconcelos e Souza ( 2022 ) fizeram leituras e interpretações individualmente e no grupo de supervisão em busca de interpretação e significados.

Alguns autores selecionaram trechos ou VS que tinham maior relevância para o tema estudado (Filho et al., 2018 ; Túbero & Rocha, 2020 ; Sousa & Cury, 2009 ). Galhardo e Pereira (2016) retornaram aos participantes “buscando convalidação e construção conjunta da análise” (p. 92).

Uso pareado com outros recursos

Alguns pesquisadores preferiram utilizar a VS acrescida de outros recursos: Cambuy e Amatuzzi ( 2008 ) usaram VS e narrativas. Sousa e Cury ( 2009 ) usaram também entrevistas individuais semidirigidas com os seis estagiários. Fraga e Gomes ( 2019 ), além de conversas com os professores, usaram diário de campo. Baungart e Amatuzzi ( 2013 ) usaram diários de campo e questionário. Guedes et al. ( 2008 ), ao longo das duzentas sessões, fizeram sete avaliações com o uso de VS, inventário de autoestima, de depressão e questionário de triagem de depressão. Em seu estudo de caso de ludoterapia com três crianças, Vasconcelos e Souza ( 2022 ) usaram, além das VS, anamnese, entrevistas e supervisão. Messias et al. ( 2018 ) empregaram narrativas e diário de campo combinados com atividades típicas de orientação profissional.

Inovações e outros usos

Souza e Macêdo ( 2018 ) usaram a VS de maneira criativa em três encontros com cinco pais de crianças vítimas de violência sexual. Em cada encontro, os pais liam sua VS do encontro anterior, e isso servia de início para a conversa e troca de experiências; uma das participantes usou desenhos. Maia et al. ( 2012 ) usaram a VS para ilustrar sua proposta de ensino/aprendizagem para compreender os sentidos das experiências vividas ao longo da Gestalt-terapia. Em sua pesquisa com estagiários em atendimento a casais, Roveda e Barbosa ( 2020 ) pediram que mandassem por e-mail as VS semanalmente, o que possibilitou ao estagiário sentir-se acolhido pelo supervisor, experienciando “sentimentos mais mobilizadores antes de compartilhar e ampliar sua experiência no grupo” (p. 14).

A VS foi também utilizada de forma diferente daquela proposta por Amatuzzi et al. ( 1991 ). Bacellar et al. ( 2014 ), por exemplo, solicitaram que os participantes escrevessem de forma bastante livre sobre seu trabalho em geral e o significado que ele tem para a vida deles. Camacho ( 2006 ), ao investigar a experiência de 83 crianças com câncer num hospital, usou a expressão “versão de sentido”, mas não fundamentou seu uso nem caracterizou a VS, e procurou criar unidades de sentido em sua análise.

Discussão

Ao examinar as 29 publicações que usam ou discutem a VS desde a sua concepção, esta revisão, ao integrar trabalhos de natureza, objetivos e épocas diferentes, procurou esclarecer seu uso ao longo do tempo. Verificou que a VS tem acompanhado a área da psicoterapia e da supervisão com diferentes processos de escrita e conceituação, aspectos que serão discutidos a seguir.

O uso da versão de sentido em psicoterapia e supervisão

A VS continua a se mostrar um instrumento útil na supervisão, já que o psicoterapeuta parte

. . . daquilo que lhe é significativo e presente para descrever e apreciar a relação que estabelece com clientes, numa narrativa que, longe de descrever exaustivamente os fatos, forneça aos que participam de seu compartilhamento um contato próximo ao sentido que ela faz.

(Vieira et al., 2018 , p. 71)

Na prática psicoterápica e de supervisão, a VS permite que o psicoterapeuta resgate o que foi vivido na sessão (Correia & Moreira, 2016 ), ou “como foi tocado pelo encontro” (Cordovil et al., 2021 , p. 389), e expresse o que é sentido (Alves & Lima, 2012 ), possibilitando a compreensão dos sentidos das experiências vividas (Maia et al., 2012 ). É importante que ela contribua para a compreensão da tarefa terapêutica e ajude a chegar mais perto da experiência do sentido nas sessões terapêuticas (Amatuzzi et al., 1991 ), o que possibilitaria um “olhar para si e a autoreflexão” (Lopes et al., 2021 ).

No processo de supervisão, a escrita de VS pode proporcionar um bem-estar de escrever sobre a própria experiência e servir como um processo de aprendizagem pessoal e profissional (Galhardo & Pereira, 2016; Túbero & Rocha, 2020 ; Vieira et al., 2018 ). A leitura da VS permite “não apenas lembrar-se de detalhes do ocorrido, mas também falar disso de forma viva, atual, como pela primeira vez, explicitando detalhes do vivido” (Amatuzzi, 1996/ 2010 , p. 14). Boris ( 2008 ) mostra como, ao escrever uma VS, o psicoterapeuta registra impressões de si próprio, sobre o cliente e/ou sobre sua relação, “expressando a experiência imediata como pessoa a respeito daquela situação” (p. 165). Enquanto supervisor, Boris procura o sentido daquela sessão a partir do que afetou o psicoterapeuta.

A VS, quando lida em supervisão ou para outros, é capaz de explicitar o que estava implícito (Amatuzzi et al., 1991 ; Vercelli, 2006 ), pois “transborda de conteúdos” (Guedes et al., 2008 , p. 609) à medida que evoca o que ocorreu, o que presentifica o vivido e permite acesso ao seu sentido (Amatuzzi, 1996/ 2010 ). Dessa forma, a VS pode ajudar a compreender o processo psicoterápico, visto que “propicia a averiguação do processo e a (re)vivência da experiência, de forma que se possa reelaborar sentidos da afetação presente na inter-relação subjetiva” (Guedes et al., 2008 , p. 618).

O psicoterapeuta iniciante passa por um “processo de sofisticação de seu olhar clínico, apura seus sentidos e se abre às novas experiências com o seu cliente” (Ming-Wau, Gonçalves, Medeiros, & Lima, 2019 , p. 35), e a VS pode auxiliá-lo nesse processo, já que foca comumente “em um ou outro aspecto em meio a tudo que ocorreu ao longo da sessão” (Roveda & Barbosa, 2020 , p. 9). Túbero e Rocha ( 2020 ) perceberam como as VS promoviam uma “continuidade do processo de significação na supervisão” (p. 373), como exercícios para o psicoterapeuta de aprendizagem, de autoconhecimento e autoanálise (Vieira et al., 2018 ), uma “possibilidade de crescimento pessoal” (Costa et al., 2012 , p. 44).

Os autores deste artigo continuam usando a VS em suas práticas, agora com mais liberdade na escrita, e ela continua sendo um veículo para aquilo que é percebido como mais significativo num encontro, merecedor de ser escrito. Escrever uma VS, e lê-la antes do próximo atendimento, tem ajudado na expressão mais espontânea daquilo que tiver que dizer, sem prever seu conteúdo, mas deixando o terapeuta mais à vontade para expressar o que lhe ocorre no momento como sendo importante. Esse papel de “ponte entre sessões” é especialmente útil quando o terapeuta precisa atender vários clientes seguidos, ajudando a focar naquilo que tem sido construído na terapia e no que é essencial na relação entre terapeuta e cliente. No atendimento a casais, da mesma forma, a VS pode se traduzir como espaço para dizer da relação e da vivência com o casal.

Com o passar dos anos, os autores também têm se sentido mais livres para escrever algum detalhe factual que não querem esquecer, anotando com outra formatação gráfica, por exemplo, entre parênteses ou entre colchetes.

O processo de escrita da versão de sentido

Há distintas formas de se inspirar ou de se instruir a escrita de uma VS. Desde a sua concepção, Amatuzzi et al. ( 1991 ) procuravam apreender o sentido de uma sessão e perceberam que a pergunta ou a instrução inicial poderia apontar para diferentes direções, e que, ao se escrever o que fazia sentido naquele momento, nem sempre se respondia uma mesma pergunta. “Essa liberdade é fundamental para que se possa captar o sentido como algo dinâmico” (Amatuzzi et al., 1991 , p. 7). A instrução (“escreva sobre o que aconteceu”, “como se sente?”, “que sentido teve para você?”, ou “escreva sobre o que lhe pareceu mais essencial”) talvez não seja tão importante quanto a intenção que se tem de expressar o sentido subjetivo daquele momento.

Uma das maneiras de inspirar essa expressão seria por meio da seguinte instrução: “escreva resumidamente qual foi para você o sentido desse encontro; escreva livre e espontaneamente”. Como uma VS não é um relato objetivo, mas um relato brotado da subjetividade, a postura em que o autor precisa se colocar é a de considerar o acontecido como um encontro no qual ocorre uma “palavra a ele dirigida”, conforme descreve Buber ( 1982 ).

Como se pode determinar se uma escrita é ou não é uma VS? Que fronteiras existem entre uma VS e um relato de outro tipo? Pode-se perguntar, por exemplo, se é necessário ser escrita imediatamente após o encontro. Se escrita uma semana depois, ainda será considerada uma VS? Será diferente? Se for com um objetivo específico ao invés de livremente, ainda vale?

Acredita-se que serão versões diferentes, mas continuarão a ser uma VS daquele encontro desde que se concentre no vivido, na experiência intersubjetiva. Uma VS não visa uma descrição de fatos nem de uma verdade objetiva, mas sim a uma revelação da subjetividade, uma experiência vivida (numa visão fenomenológica). Nesse sentido, para olhos que buscam dados, fatos e uma descrição empírica, a VS poderá ser vista como interessante, porém insuficiente. Numa instituição, uma anotação factual pode se mostrar mais interessante para avaliação do desenvolvimento de um cliente, enquanto uma anotação particular fenomenológica do psicólogo pode se mostrar mais útil para seu desenvolvimento próprio.

Sobre a conceituação da versão de sentido

Os textos da revisão possibilitam uma conceituação mais clara da VS. Ela é um registro condensado do vivido (Amatuzzi, 1996/ 2010 ); contudo, além de ser breve, é um registro condensado da experiência imediata, “escrito ou gravado por iniciativa da própria pessoa, ou solicitado por um interlocutor” (Prebianchi & Amatuzzi, 2000 , p. 57), produzido logo após o encontro para ter acesso à experiência vivida naquela relação (Costa et al., 2012 ). É também importante que o relato seja uma “expressão autêntica, sincera, vivencial” (Silva et al., 2014 , p. 34) e espontânea (Amatuzzi, 1996/ 2010 ), uma reação viva ao encontro (Ming-Wau et al., 2019 ), e não uma descrição nem um raciocínio diante dele (Amatuzzi, 1996/ 2010 ).

A VS é uma “expressão”, e isso quer dizer que há, por meio dela, a passagem do simplesmente vivido para o refletido , não como uma substituição de uma coisa por outra, mas como um acréscimo de complexidade psicológica. Esse nível mais complexo, no entanto, não é ainda o de uma elaboração teórica desenvolvida. Busca-se na VS uma expressão preferencialmente em linguagem cotidiana, e não técnica, que pretende manter seu autor próximo da experiência vivida. Ela expressa com simplicidade o que ele sentia exatamente quando escrevia enquanto estava atento ao encontro que terminava.

A VS é uma tentativa de captar o essencial do significado do encontro, e, quando se diz que é “resumida”, quer dizer que a intenção é de uma captação dos significados essenciais implícitos no vivido, da forma mais imediata possível, com um mínimo de reflexão e de conceitos trabalhados. Para isso, busca-se uma expressão em linguagem comum e evitam-se jargões técnicos, quaisquer que sejam eles.

Essa “expressão” reflete uma elaboração básica realizada no próprio momento da escrita. Ela corresponde a uma passagem da memória simplesmente vivida para uma expressão articulada desse vivido. Mesmo sendo uma articulação espontânea e pouco refletida, já representa uma mudança de nível: do simplesmente vivido para o expresso, ou seja, do psicologicamente impresso e indiferenciado para o psicologicamente expresso e diferenciado.

É diferente reler para si e ler para o outro sua VS? Quando relê sua VS, o aprendiz tem a oportunidade de olhar para suas impressões e para o impacto daquele encontro em si. Dessa atividade ele poderá fazer uma nova VS como um desdobramento da primeira. Quando lê para o outro, ele aguarda o desdobramento vindo do outro. Os dois caminhos podem aproximar o investigador da essência fenomenológica do encontro. Nesse sentido, esses desdobramentos podem representar um exercício de redução transcendental, isto é, um exercício de acesso ao eu-sujeito para além do eu-objeto.

Considerações finais

Olhando de perto os 29 trabalhos selecionados acerca de VS, percebe-se que há, certamente, uma variedade grande de expressões do que ela seja e de como pode ser a instrução dada para escrevê-la. Teriam elas algo em comum? Talvez não explicitamente, mas, ao menos de forma implícita, sim. Em geral, ela faz apelo a um relato mais livre, que não se concentre em registrar fatos objetivos, mas sim exercite essa liberdade aliada a certo caráter subjetivo, como se a pessoa fosse convidada a consultar os sentimentos pessoais, e não sua memória factual. Esse sentimento é considerado um caminho para o sentido do acontecido, mesmo que seja vivenciado como um sentimento de um só dos participantes. De alguma forma, o sentido envolve todos os participantes, mas o acesso a ele se dá pelo sentimento de qualquer um deles.

A VS é, portanto, uma maneira rápida de expressar, espontânea e vivencialmente, o essencial de um encontro (Vercelli, 2006 ). É preferível que seja escrita imediatamente após o encontro. Ao ser lida, serve de ponte para a vivência, evoca lembranças e sentimentos daquele encontro. Para aquele que lê, a VS é uma janela para esse encontro, para os sentidos e as relações ali vividos.

A VS apoia-se na natureza simbólica da linguagem e reúne, por meio de uma fala autêntica, aquilo que estava disperso (Amatuzzi, 1996/ 2010 ). Ela pode ajudar a transformar em palavras uma experiência difícil de se descrever, como a vivência de estar diante de crianças que lutam contra o câncer (Camacho, 2006 ) ou de um cliente que se depara com questões existenciais (Ming-Wau et al., 2019 ). Ela pode clarificar aspectos essenciais de uma experiência (Sousa, 2006 ), rotas percorridas num processo psicoterapêutico (Vieira et al., 2018 ), possibilitando uma visão mais clara de aspectos significativos de um encontro e um crescimento pessoal daquele que escreve (Costa et al., 2012 ).

Apesar de a VS não estar completamente definida em seus detalhes, como uma técnica, o “espírito” da VS já está mais definido. Ela não tem regras fixas; é muito mais uma maneira fenomenológica de escrever, semelhante a uma narrativa, e assume a interação da subjetividade de quem escreve com a atividade que está sendo relatada.

Por ocasião deste estudo foram encontrados também textos e vídeos não acadêmicos sobre o uso das VS, por exemplo, postagens no YouTube. Estes, além de não serem acadêmicos, nem sempre eram postagens feitas por psicólogos ou demais profissionais da área da ajuda. Há postagens, por exemplo, descrevendo o uso de VS na vida pessoal como forma de registro de reações pessoais a filmes, palestras, eventos etc., usando a pergunta “o que me tocou nessa experiência?”, e revelando a utilidade destas no desenvolvimento pessoal e de aprendizagem. Essa poderia ser outra área possível de pesquisa sobre o uso da VS como caminho de compreensão e uso no desenvolvimento pessoal.

Em suma, à medida que sua prática se espalhou pelo Brasil e foi levada para os lugares onde seu criador dava palestras ou aulas, para locais onde alunos ou colegas se deslocavam, a VS continuou e continua a ser usada, e seu êxito vem, em parte, por ser uma possibilidade mais viável e rápida diante dos relatórios factuais objetivos. Ela também possibilita ao supervisor, professor, psicólogo ou profissional de outras áreas, uma flexibilidade em relação ao seu uso, servindo àquele que escreve (ou que pede sua escrita) para objetivos diversos.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Jul 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    01 Fev 2023
  • Aceito
    01 Mar 2023
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