O objetivo deste artigo é abordar as contribuições ferenczianas acerca do trauma para enaltecer a pluralidade do psiquismo, seja formado por traços psíquicos representados ou por marcas traumáticas que extrapolam o campo da representação. Por conseguinte, propõe-se que as vertentes estruturante e desestruturante do trauma sejam compreendidas não como predicados de diferentes tipos de trauma, mas como movimentos inerentes à constituição psíquica. Assim sendo, a clínica psicanalítica deve extrapolar um modelo estanque de psiquismo para contemplar as produções subjetivas que se dão na outra cena da representação, dentre elas a dimensão sensível da linguagem.
Trauma psíquico; Representação; Ferenczi, Sandor, 1873-1933; Linguagem