Resumo
O artigo discute a resistência no movimento psicanalítico a partir da provocação do filósofo Jacques Derrida de que haveria uma resistência autoimunitária da psicanálise, fazendo-a resistir, portanto, a si própria. Busca-se extrapolar as elaborações mais corriqueiras no âmbito da clínica psicanalítica sobre a resistência ao tratamento analítico, para colocar em pauta a discussão ético-política sobre a possibilidade de a psicanálise resistir à tirania do Um. Dessa maneira, a psicanálise resistiria ainda à tentação ao compromisso com a soberania ou com a crueldade. Por fim, pretende-se afirmar a potência do múltiplo no discurso psicanalítico, a despeito de seu movimento sempre pendular ora como expectativa de constituir um discurso hegemônico, ora como afirmativo do múltiplo, resistindo ao Um.
Palavras-chave:
resistência; psicanálise e política; Derrida