Resumo
A busca por práticas meditativas orientais como tecnologia promotora de saúde e qualidade de vida tem aumentado significativamente nos últimos anos. Contudo percebe-se que a falta de compreensão dos conceitos e princípios dos quais emergem tais técnicas produzem propostas que podem ser tanto uma saída revolucionária quanto distópica. Propomos neste texto uma breve discussão sobre o movimento de mindfulness a partir de uma perspectiva gestáltica de influência goodmaniana. Assim, (a) apresentamos de maneira resumida a transmissão destas práticas desde tradições budistas até a ciência ocidental contemporânea; (b) destacamos alguns aspectos teóricos que aproximam e distanciam a Gestalt-terapia de pressupostos budistas; e (c) discutimos a apropriação dessas tradições, seus valores e suas tecnologias por um paradigma neoliberal utilitarista.
Palavras-chave:
mindfulness; Gestalt-terapia; ideologia; saúde mental; política