Resumo
Este artigo tem como objetivo apontar soluções práticas aos impasses mais comuns que costumam aparecer quando se aborda os sonhos na psicanálise com psicóticos, como a indiferenciação entre sonho, realidade e delírio, a dificuldade de alguns psicóticos com a associação livre e o avanço dos pesadelos. Toma-se posição a favor da possibilidade de utilizar os sonhos na clínica das psicoses e se descrevem os modos em que estes podem colaborar com o tratamento, colocando em discurso experiências inefáveis, permitindo a historização e substituindo a associação livre pelo encadeamento dos sonhos. Conclui-se que a vida onírica pode constituir um remédio eficaz contra o retorno no real e que é preferível interrogar os sonhos com perguntas não muito amplas, orientadas a vinculá-los com a vida do sonhante e com a sua posição subjetiva.
Palavras-chave:
psicose; esquizofrenia; paranoia; inconsciente; sonho