Resumo:
Este artigo pretende analisar e discutir a dimensão sociopolítica do sofrimento presente nas narrativas de três mulheres brasileiras revertidas à religião islâmica. As reflexões são oriundas de uma pesquisa clínico-qualitativa que, por meio de trabalho de campo e de entrevistas abertas, busca compreender as concepções e experiências de muçulmanas brasileiras em relação à saúde mental e tem como um de seus eixos emergentes os atravessamentos de questões sociais sobre o psiquismo dessas mulheres. As interlocutoras desafiam as concepções reducionistas e individualizantes da saúde mental, evidenciando que o adoecimento psicológico mantém estreita relação com a violência, a negligência, o desamparo e a exclusão, aos quais estão constantemente submetidas.
Palavras-chave:
mulheres muçulmanas; sofrimento sociopolítico; saúde mental