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A interface materno-fetal em lhamas (Lama guanicoe glama)

Fragmentos da placenta de 9 animais (28-36 semanas de gestação), provenientes do Instituto Veterinario de Investigaciones Tropicales y de Altura (IVITA), Cusco-Peru, e da Universidad del Altiplano (UNA), Puno-Peru, foram colhidos e fixados em paraformoldeído 4% em PBS para microscopia de luz e em glutaraldeido em 2,5% PBS para microscopia eletrônica de transmissão e de varredura. O material incluido em paraplast cortado com 5 mm foi processado para HE, PAS, Tricrômio de Masson, fosfatase ácida e Perl's e para imuno-histoquimica da uteroferrina. Os resultados mostraram que a placenta da lhama é corialantóide, difusa, pregueada e epiteliocorial e o feto está recoberto pela membrana epidermal. O trofoblasto possui morfologia variada: células cúbicas, arredondadas ou triangulares, com citoplasma contendo grânulos PAS+. Células binucleadas com citoplasma aumentado e núcleo arredondado e células trofoblásticas aumentados com múltiplos núcleos, também foram observadas. Grande quantidade de vasos sanguíneos foi observada entre as células do epitélio uterino e ao redor das projeções coriônicas, as quais estavam subdivididas. A atividade glandular foi demonstrada pelas reações de PAS, Perl's e fosfatase ácida positivas e pela imunolocalização da uteroferrina na luz e epitélio glandular. As glândulas uterinas abrem-se nos espaços formados pelas aréolas, as quais estavam preenchidas por material PAS+. Os fetos das lhamas estavam recobertos pela membrana epidermal, constituída por um epitélio estratificado composto por mais de 7 camadas de células mono, bi ou trinucleadas. A alta vascularização das superfícies materna e fetais indica intensa capacidade de trocas de substâncias entre as duas superfícies, e a atividade metabólica mostrada pelas glândulas uterinas sugere adaptação da gestação às altitudes elevadas do habitat natural desta espécie.

Placenta; lhama; trofoblasto; uteroferrina; epiteliocorial; morfologia


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