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Neurocriptococose em cães e gatos: aspectos anatomopatológicos e morfológicos fúngicos em uma série de casos

RESUMO:

A criptococose é uma infecção fúngica que comumente afeta cães e gatos, muitas vezes se manifestando com envolvimento neurológico. Neste estudo, foram investigadas as características neuropatológicas da criptococose em nove gatos e dois cães submetidos à necropsia, por meio da análise macroscópica e histopatológica. Foi avaliada a história clínica, localização das lesões, carga fúngica, tipo e intensidade do infiltrado inflamatório, lesões no parênquima nervoso e características morfológicas das células de levedura. Além disso, critérios morfológicos fúngicos, como espessura da cápsula e parede da levedura e frequência de brotamento, foram analisados em cada neurolocalização. Para aprimorar a visualização das leveduras, foi utilizada a técnica de coloração de azul alciano. Condições debilitantes e/ou imunossupressoras foram detectadas em cinco casos. Condições debilitantes e/ou imunossupressoras foram descritas em cinco casos. Dois gatos foram recentemente adotados das ruas e um gato foi tratado com corticosteroides. Um cão apresentava caquexia grave e fraqueza generalizada e outro cão apresentava leucopenia com desvio à esquerda. Apenas seis casos (54%) apresentaram sinais neurológicos. Lesões macroscópicas no sistema nervoso central (SNC) foram encontradas em cinco casos, aparecendo como massas irregulares, friáveis, moles, gelatinosas e acinzentadas, com bordas distintas. O córtex telencefálico e o cerebelo foram as localizações do SNC mais frequentemente afetadas, observadas em todos os casos. O córtex apresentou uma carga fúngica mais elevada e uma resposta inflamatória mais branda em comparação com outras neurolocalizações. O cerebelo também foi afetado em todos os casos, apresentando uma resposta inflamatória um pouco mais elevada e carga fúngica mais baixa do que o córtex telencefálico. Além disso, o envolvimento pulmonar também foi observado em todos os casos. A intensidade inflamatória associada às leveduras no SNC, foi predominantemente leve a moderada, sendo grave apenas em dois casos, e a carga fúngica foi mais frequentemente moderada ou grave, sendo leve em apenas dois casos. A heterogeneidade observada na resposta inflamatória e carga fúngica revela a natureza complexa dessa infecção. Outros tecidos nervosos afetados foram o nervo óptico e as raízes e gânglios nervosos da medula espinhal, principalmente em gatos. Em conclusão, nosso estudo mostra as características neuropatológicas da criptococose em uma série de casos em gatos e cães, enfatizando a importância de considerar neurolocalizações específicas para o diagnóstico dessa infecção fúngica. Além disso, contribui para uma melhor compreensão do envolvimento simultâneo dos sistemas respiratório e nervoso.

TERMOS DE INDEXAÇÃO:
Criptococose; histopatologia; neurolocalização; sistema nervoso; caninos; felinos

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