Acessibilidade / Reportar erro

Morfometria do forame mandibular aplicada à anestesia local em raposa-do-campo (Lycalopex vetulus)

RESUMO:

A maior parte dos atendimentos veterinários em carnívoros silvestres destina-se ao tratamento das afecções dentárias, sendo que doenças de cavidade oral podem afetar a saúde do animal como um todo. É factível que o conhecimento da localização do forame mandibular é essencial para o bloqueio anestésico local do nervo alveolar inferior, entretanto, ainda são inexistentes dados sobre a morfometria do forame mandibular de raposa-do-campo. Objetivou-se descrever a morfometria do forame mandibular desta espécie, e correlacionar sua posição com pontos de referência anatômica na mandíbula, oferecendo subsídio para um bloqueio anestésico local mais efetivo do nervo alveolar inferior nesta espécie. Foram utilizadas quatro mandíbulas de cadáveres adultos de Lycalopex vetulus. Realizou-se a radiografia e as biometrias das hemimandíbulas. O terço rostral do corpo da mandíbula em uma vista lateral apresentou três forames mentuais, sendo um rostral, um médio e um caudal. Cada hemimandíbula apresentou I3/C1/PM4/M3. O ângulo da mandíbula foi marcado pela fossa massetérica, pela incisura angular, pelo processo angular e pelo forame mandibular, e este último localizado perpendicularmente ao extremo dorsal da incisura angular em vista medial. Nesta vista, também se evidenciou o sulco para o nervo milohióideo, projetado em sentido caudodorsorostral. O ramo da mandíbula foi caracterizado pela presença dos processos condilar e coronóide, e pelas incisuras mandibulares dorsal e ventral. As análises estatísticas não apresentaram diferenças significantes entre os antímeros dos animais estudados, podendo-se indicar a penetração da agulha perpendicularmente ao extremo dorsal da incisura angular em média 8,79mm, justaposto à face medial do ângulo da mandíbula. Alternativamente, o acesso também poderá ser realizado introduzindo a agulha em média 17,69mm de forma perpendicular ao extremo dorsal do processo angular, em contato com a face medial do ângulo da mandíbula, e em projeção caudorostral, permitindo também um melhor bloqueio anestésico do nervo alveolar inferior na L. vetulus. Também se pode concluir que a fossa massetérica, as incisuras angular, mandibulares dorsal e ventral, o sulco para o nervo milohióideo, o ramo da mandíbula e o forame mandibular apresentaram diferenças em suas descrições topográficas quando comparados aos demais canídeos.

TERMOS DE INDEXAÇÃO:
Morfometria; anestesia; forame mandibular; raposa-do-campo; Lycalopex vetulus; mandíbula; morfologia

Colégio Brasileiro de Patologia Animal - CBPA Pesquisa Veterinária Brasileira, Caixa Postal 74.591, 23890-000 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel./Fax: (55 21) 2682-1081 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: pvb@pvb.com.br