Este estudo relata os efeitos da fluidoterapia em cabras que receberam, por via nasogástrica, uma solução eletrolítica com concentrações de sódio, potássio e cloreto similares às verificadas no plasma de caprinos (140mmol/L of Na+, 4.5mmol/L of K+, 110mmol/L of Cl-). Foram utilizadas quatro cabras da raça Parda Alpina, sendo duas com cânulas ruminais apresentando vazamento evidente, em um delineamento experimental crossover com dois períodos e dois grupos. Em um grupo, as cabras eram submetidas a um protocolo terapêutico para induzir a desidratação antes da fluidoterapia enquanto o outro grupo não passava por este protocolo. A fluidoterapia consistia em fornecer 10mL/kg/h da solução eletrolítica durante 8 horas. Não foi observado nenhum sinal de desconforto ou estresse. O protocolo para induzir a desidratação ocasionou desidratação moderada indicada pela diminuição da umidade das fezes, peso corporal e circunferência abdominal e aumento da concentração de sólidos totais no plasma. Durante a fluidoterapia o volume globular e a concentração de sólidos totais no plasma diminuiram, enquanto o peso vivo e a circunferência abdominal aumentaram. Não foram observados sinais de hiper-hidratação e dos eletrólitos (Na+, K+, Cl-) em ambos os grupos. A fluidoterapia proposta neste trabalho foi eficiente em tratar a desidratação, inclusive dos animais fistulados apresentando evidente extravasamento de líquido ruminal, e pode ser administrada com segurança, sem a ocorrência de desequilíbrios eletrolíticos.
Caprinos; fluidoterapia enteral; tubo nasogástrico; desequilíbrio eletrolítico; desidratação