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Rituais da Mística. A mística do MST e as aporias da ação coletiva1 1 Este artigo é uma sequência e dá continuidade a discussão realizada anteriormente (Chaves, 2021). Uma versão embrionária de ambos foi apresentada no simpósio Power, Politics, and Religion in Brazil. Ruptures, Continuities, and Crisis, em 2018, na Universidade de Edimburgo. Agradeço à Maya Mayblin pelo gentil convite que me motivou a dar corpo a este trabalho de sistematização longamente adiado, assim como aos participantes do Simpósio pelo estimulante debate.

RESUMO

Conceito com inequívoca origem religiosa, mística é uma categoria central nas concepções e práticas políticas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra/ MST, presente em suas múltiplas esferas de ação e distintas atividades.Considerada“a alma do Movimento”, no presente artigo investigo alguns desdobramentos e implicações do uso dessa categoria religiosa como ferramenta organizativa e de ação política. Para tanto, valho-me de fragmentos etnográficos, temporalmente descontínuos, de cerimônias coletivas sem-terra também nomeadas mística. Os fragmentos selecionados subsidiam a apreciação de diferentes facetas do caleidoscópio de significados, práticas e fenômenos sociais acionados pela mística e continuamente recriados por seus rituais. Minha discussão analítica baliza-se numa interpretação histórico-etnográfica mais geral sobre o MST como fenômeno político e sobre o papel que a criação de eventos, entendidos como rituais, nele desempenha.

PALAVRAS CHAVE:
Mística; política; MST; rituais; ação coletiva

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