resumo
Este ensaio aproxima-se das maneiras pelas quais as comunidades zapatistas Tseltal, Tsotsil, Tojolabal e Ch’ol no México teorizam o poder e exercem a política como parte de suas respectivas atividades cotidianas nos municípios autônomos do estado de Chiapas. Em particular, analisa dois conceitos em língua Tseltal. O primeiro, o de lekil kuxlejal, refere-se a uma vida-existência digna no comum, sustentada por meio do cuidado coletivo socionatural; o segundo conceito, o de ajvalil, refere-se à figura do patrão-governo, que condensa dispositivos de poder caracterizados pela permanência de estruturas de natureza colonial. Ambos os conceitos adquirem intensidades e tonalidades particulares quando entram em campos de disputa política, particularmente quando são mobilizados por comunidades zapatistas Tseltal, Tsotsil, Tojolabal e Ch’ol para dar sustento ao exercício da autonomia em seu território, assim como para questionar e nomear as estruturas de poder contra as quais lutam.
palavras-chave
Zapatismo; cosmopolítica; Epistemologias indígenas; lutas descoloniais; cuidados coletivos