RESUMO
Objetivo:
investigar quais eram, como se configuravam e como eram operacionalizadas práticas de normalização da violência política cometida pela Volkswagen do Brasil contra seus trabalhadores durante a ditadura militar brasileira.
Marco teórico:
o contexto histórico da colaboração de empresas com governos ditatoriais permite identificar a face de invisibilidade da violência organizacional decorrente de práticas rotineiras de gestão que normalizam a violência política.
Método:
pesquisa histórica com fontes documentais dos acervos: Arquivo Nacional, Arquivo Público do estado de São Paulo, Ministério Público do estado de São Paulo, Tribuna Metalúrgica, Revista Família VW e imprensa. Os documentos foram analisados em diálogo com a historiografia e com categorias analíticas provenientes do campo.
Resultados:
a pesquisa identificou cinco práticas de normalização da violência política: formalização, divisão do trabalho, rotinização, autoridade e obediência, política de identidade e não identidade.
Conclusões:
assumindo como violência política ações para desarticular movimentos reivindicatórios dos operários por melhores condições de trabalho e a organização dos operários em torno de questões de política nacional, os resultados sugerem que a empresa - em colaboração com órgãos de repressão - realizou práticas de normalização da violência política.
Palavras-chave:
violência organizacional; violência política; normalização da violência; ditadura brasileira; Volkswagen do Brasil