RESUMO
Objetivos:
este artigo tem como objetivo analisar estratégias de gerenciamento transversal, também denominadas em inglês de boundaries crossing strategies (BCS), uma tendência de coordenação complexa e relativamente nova na administração pública. Para isso, investigamos como, no Brasil, foram elaboradas e implementadas três políticas prioritárias de coordenação em diferentes setores.
Métodos:
após uma revisão de literatura sobre BCS, o artigo emprega análise de conteúdo da legislação dos programas e documentos oficiais do governo. Para entender como os programas realmente funcionavam, entrevistamos importantes gerentes e dirigentes.
Resultados:
sugerem que duas das macropolíticas analisadas incorporaram a maioria dos recursos das estratégias de gerenciamento transversal em seus processos de elaboração formal e, mais importante, de implementação. O grau em que essas características estão presentes, no entanto, varia de acordo com o foco do objeto da pesquisa ou com a posição do ator envolvido.
Conclusões:
as estratégias de BCS demonstram que a eficácia e a continuidade das políticas dependem do consenso de diferentes partes interessadas sobre os objetivos das políticas; o empoderamento dos líderes; adoção de novos instrumentos de coordenação; e contínua priorização. Por fim, ao explorar a adaptação de uma tendência internacional ao contexto da administração pública brasileira, o artigo traz percepções cruciais para a inovação em termos de coordenação e implementação de políticas públicas.
Palavras-chave:
formulação e implementação de políticas públicas; pós-nova gestão pública; coordenação governamental; estratégias de gerenciamento transversal