RESUMO
Objetivo:
o presente estudo objetiva compreender reflexivamente como acadêmicos decoloniais em gestão-contabilidade no Brasil percebem e respondem à agenda de decolonização de currículo criada no Norte no contexto da pandemia supremacista de COVID-19.
Marco teórico:
abraçamos uma perspectiva decolonizante-recolonizante autocrítica para desafiar a agenda nortista de decolonização do currículo e a radicalização de dinâmicas imperiais Norte/Sul que internalizamos como acadêmicos sulistas privilegiados.
Métodos:
por meio de uma investigação-ação baseada em reflexividade, engajamos as experiências de acadêmicos decoloniais no Brasil.
Resultados:
nossas análises revelam aspectos importantes relacionados a dinâmicas de decolonização-recolonização em corpos, contextos e espaços de práticas.
Conclusões:
iniciativas de decolonização do currículo, no Sul, estão permeadas por dificuldades de desprendimento decolonial teórico que geram tensões nas dimensões pessoal/coletivo e competitivo/solidário, ativismo intelectual/praxeológico, formas de engajamento interno/externo ao ambiente acadêmico, conhecimento em formas extrativistas/não extrativistas, e pluriversalização de conhecimento em produtos acadêmicos/não acadêmicos. Esperamos encorajar educação em gestão-contabilidade que vá além do binarismo Norte-Sul e da agenda nortista de reforma curricular decolonial liderada pelo sistema eurocêntrico de escolas de negócios da universidade neoliberal contrarrevolucionária.
Palavras-chave:
decolonização de currículo; práxis decolonial; dinâmicas de decolonização-recolonização