O artigo é teórico-conceitual, no intuito de buscar uma explicação realista para a dinâmica das inovações em sistemas agroindustriais. Baseado em revisão bibliográfica, critica os fundamentos da teoria neoclássica que sustenta o modelo de inovação induzida, usado para interpretar o padrão de modernização agrícola conhecido por revolução verde. Assume a abordagem evolucionista como a mais adequada para explicar o caráter e o ritmo dessas inovações, a partir da definição de conceitos como paradigma tecnológico, trajetória tecnológica, ativos complementares, apropriabilidade das inovações e interdependência tecnológica setorial. Toma-se a indústria de carnes para ilustrar tal abordagem, identificando a direção mais incremental das inovações no agribusiness. As decisões estratégicas em P&D das firmas de um sistema agroindustrial são limitadas por dependerem mais de avanços tecnológicos gerados noutros setores e por se inserirem numa estrutura de mercado que define a conduta das empresas. Mesmo assim, cada firma tem também sua trajetória específica de inovação, graças à aprendizagem própria e cumulativa de desenvolvimento e exploração de suas competências tecnológicas e organizacionais, e pode obter vantagens competitivas mediante estratégias como desenvolvimento de marca e de parcerias para suprimento e distribuição.
abordagem evolucionista; agronegócio; inovação; estratégias das empresas