RESUMO
Objetivo:
o artigo discute como a contabilidade apoia o capitalismo financeiro no Sul Global por meio de linguagens e práticas neocolonialistas, com o objetivo de propor uma agenda decolonial baseada em metodologias não extrativistas para recuperar conhecimentos alternativos e (re)construir novos.
Método:
revisitamos a literatura contábil crítica, conectando-a à epistemologia decolonial. Portanto, descrevemos os pressupostos por trás de diferentes métodos não extrativos, e contrastamos a pesquisa-ação participativa (PAR) com diferentes abordagens de produção e consumo de conhecimento. Também foram delineadas algumas estratégias operacionais da PAR, discutindo pesquisa-ação em estudos de gestão e contabilidade e o potencial para uma agenda participativa em contabilidade.
Resultados:
os resultados evidenciam métodos não extrativistas para respeitar e valorizar diferentes visões de mundo em um determinado fenômeno social. Assim, são apontadas alternativas de pesquisa não tradicionais e emancipatórias para produzir um novo “sentipensante” na contabilidade para descolonizar saberes, corpos e mentes.
Conclusões:
este artigo apresenta a PAR como permitindo a (re)existência de diferentes visões de mundo ao reconhecer sua capacidade de recuperar e reconstruir o conhecimento “com” os participantes. Assim, o método apoia o engajamento programático com vozes subalternizadas para coproduzir a pluriversalidade na contabilidade em vez de reproduzir universalismos e para apoiar acadêmicos e profissionais para transcender a modernidade ocidental.
Palavras-chave:
contabilidade; decolonialidade; método não extrativista; pesquisa-ação participativa