Acessibilidade / Reportar erro

O fenômeno das organizações substantivas

Resumos

Este artigo analisa o fenômeno das organizações substantivas, também conhecidas como coletivistas ou alternativas. Apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em Salvador junto a doze organizações substantivas. Discute também a inadequação da sua abordagem via Teoria da Administração e acena com uma opção para a renovação do quadro referencial teórico, objetivando a atualização da Teoria face aos novos fenômenos organizacionais.

Organizações substantivas; pesquisa; teoria administrativa


The article analyzes the phenomenon of substantive organizations, that also named collectivists or alternatives. It shows the results of the research made in Salvador with twelve substantive organizations. It also discuss the inappropriate of the substantive organizations approach in Administrative Theory and aims a option into review the theoretic approach, intending a renewal of the Theory in front of the news organizational phenomenons.

Substantive organizations; research; Administrative theory


ARTIGO

O fenômeno das organizações substantivas

Maurício Serva

Professor Adjunto da Escola de Administração da UFBA, Pesquisador do CETEAD, Mestre e Doutorando na EAESP/FGV

RESUMO

Este artigo analisa o fenômeno das organizações substantivas, também conhecidas como coletivistas ou alternativas. Apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em Salvador junto a doze organizações substantivas. Discute também a inadequação da sua abordagem via Teoria da Administração e acena com uma opção para a renovação do quadro referencial teórico, objetivando a atualização da Teoria face aos novos fenômenos organizacionais.

Palavras-chave: Organizações substantivas, pesquisa, teoria administrativa.

ABSTRACT

The article analyzes the phenomenon of substantive organizations, that also named collectivists or alternatives. It shows the results of the research made in Salvador with twelve substantive organizations. It also discuss the inappropriate of the substantive organizations approach in Administrative Theory and aims a option into review the theoretic approach, intending a renewal of the Theory in front of the news organizational phenomenons.

Key words: Substantive organizations, research, Administrative theory.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

1. Aspectos do surgimento e funcionamento dessas organizações são discutidos em CLEGG, Stewart. Against the current: organizational sociology and socialisrn, In: CLEGG, Stewart (org.). Organization theory and class analysis: new approaches and new issues. New Vork : De Gruyter, 1989; HUBER, Joseph. Quem deve mudar todas as coisas, as alternativas do movimento alternativo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985; ROTHSCHILD-WHITT, Joyce. The collectivist organization: an alternative to ratíonal bureaucratíc models. In: American Sociological Review, Itaca: Cornell University, 44, august, p, 509527; VIEIRA, Marcelo; CUNHA, Véra. Novas formas organizacionais: indicações de um novo paradigma? In: Anais do 15º ENANPAD. Salvador: ANPAD, p. 157-170,1991.

2. O termo desordem é utlilizado aqui no sentido estrito empregado pelos pesquisadores integrantes do Paradigma da Complexidade.

3. Análises aprofundadas sobre o tema da alteridade organizacional podem ser encontradas em CHANLAT, Jean-François (org.). L 'Individu dans l'organisation: ies dimensions oubliées. Quebec : Les Presses de "Université Lavai et les Editions ESKA, 1990; MOTTA, Fernando. Alteridade e organização: a associação contra a hierarquia. In: Anais do 16º ENANPAD. Salvador: ANPAD, 1992, p. 51-57.

4. CASTORIADIS, Cornelius. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. 4. Ver GUERREIRO RAMOS, Alberto. A nova ciencia das organizações. Rio de Janeiro: FGV, 1981; MOTTA, Fernando. Teoria das organizações: evolução e crítica. São Paulo: Pioneira, 1986.

5. HUBER, Joseph. Op. cit.

6.ROTHSCHILD-WHITI, Joyce. Op. cit.

7. HAGUETIE, Teresa. Metodologias qualitativas em sociologia. Petrópolis: Vozes, 1990.

8. Ver GUERREIRO RAMOS, Alberto. Op. cit; MOTTA, Fernando. Teorização das organizações: evolução e crítica. Op. cit.

9. Ver GUERREIRO RAMOS. Op. cit.

10. Ver DELEUZE, Gilles; GATTARI, Félix. Introduction: Rhizome. In: Mille plateaux, capitalisme et schizoprénie. Paris: Les Editions de Minuit, 1980.

11. Evento, imprevisibilidade, despadronização, como conteúdo essencial da história social. Ver MORIN, Edgar. Le retour de l' événement. In: Communications, 18, Paris: Ecole Pratique des Hautes Etudes, Seuil. 1972; MOLES, Abraham. Notes pour une typologie des événernents. In: Communicatíons, 18, Paris: Ecole Pratique des Hautes Etudes, Seuil, 1972.

12. Ver CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982; Sabedoria incomum. São Paulo: Cultrix, 1988; OUPYY, Jean-Pierre. Ordres et désordres, enquête sur un nouveau paradigme. Paris: Seuil, 1982; OUMOUCHEl, Paul; OUPUY, Jean-Pierre (orgs.) L' auto-organisatíon: de la physique au polítique. Paris: Seuil, 1983; HAWKING, Stephen. Uma breve história do tempo: do Big Bang aos buracos negros. Rio de Janeiro: Rocco, 1988; MONOO, Jacques. O acaso e a necessidade. Petrópolis: Vozes, 1989; MORIN, Edgar. O paradígma perdido: a natureza humana. Lisboa: Europa-América, 1973; ––––. O método I: a natureza da natureza. Lisboa: Europa-América, 1977; ––––. O método II: a vida da vida. Lisboa: Europa-América, 1980; ––––. Ciência com consciência. Lisboa: Europa-América, 1982; O problema epistemológico da complexidade. Lisboa: Europa-América, 1984, ––––. O método III: o conhecimento do conhecimento. Llsboa: Europa-América, 1986; PRIGOGINE, lIya; STENGERS, Isabelle. A nova aliança. Brasília: Universidade de Brasília, 1984; THOMPSON, William (org.). Gaia: uma teoria do conhecimento. São Paulo: Gaia, 1990.

13. Constelação dos compromissos grupais tats como generalizações simbólicas, crenças, valores e exemplos compartilhados, que caracterizam os cíentistas pertencentes a um mesmo paradigma, conforme KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectica, 1987.

14. Ver SERVA, Maurício. O paradigma da complexidade e a análise organizacional. In: Revista de Administração de Empresas, São Paulo: FGV, v. 32, nº 2, p. 26-35, abr/jun. 1992.

  • 1. Aspectos do surgimento e funcionamento dessas organizações são discutidos em CLEGG, Stewart. Against the current: organizational sociology and socialisrn, In: CLEGG, Stewart (org.). Organization theory and class analysis: new approaches and new issues. New Vork : De Gruyter, 1989;
  • HUBER, Joseph. Quem deve mudar todas as coisas, as alternativas do movimento alternativo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985;
  • ROTHSCHILD-WHITT, Joyce. The collectivist organization: an alternative to ratíonal bureaucratíc models. In: American Sociological Review, Itaca: Cornell University, 44, august, p, 509527;
  • VIEIRA, Marcelo; CUNHA, Véra. Novas formas organizacionais: indicações de um novo paradigma? In: Anais do 15ş ENANPAD. Salvador: ANPAD, p. 157-170,1991.
  • 3. Análises aprofundadas sobre o tema da alteridade organizacional podem ser encontradas em CHANLAT, Jean-François (org.). L 'Individu dans l'organisation: ies dimensions oubliées. Quebec : Les Presses de "Université Lavai et les Editions ESKA, 1990;
  • MOTTA, Fernando. Alteridade e organização: a associação contra a hierarquia. In: Anais do 16ş ENANPAD. Salvador: ANPAD, 1992, p. 51-57.
  • 4. CASTORIADIS, Cornelius. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
  • 4. Ver GUERREIRO RAMOS, Alberto. A nova ciencia das organizações. Rio de Janeiro: FGV, 1981;
  • MOTTA, Fernando. Teoria das organizações: evolução e crítica. São Paulo: Pioneira, 1986.
  • 7. HAGUETIE, Teresa. Metodologias qualitativas em sociologia. Petrópolis: Vozes, 1990.
  • 10. Ver DELEUZE, Gilles; GATTARI, Félix. Introduction: Rhizome. In: Mille plateaux, capitalisme et schizoprénie. Paris: Les Editions de Minuit, 1980.
  • 11. Evento, imprevisibilidade, despadronização, como conteúdo essencial da história social. Ver MORIN, Edgar. Le retour de l' événement. In: Communications, 18, Paris: Ecole Pratique des Hautes Etudes, Seuil. 1972;
  • MOLES, Abraham. Notes pour une typologie des événernents. In: Communicatíons, 18, Paris: Ecole Pratique des Hautes Etudes, Seuil, 1972.
  • 12. Ver CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982;
  • Sabedoria incomum. São Paulo: Cultrix, 1988; OUPYY, Jean-Pierre. Ordres et désordres, enquête sur un nouveau paradigme. Paris: Seuil, 1982;
  • OUMOUCHEl, Paul; OUPUY, Jean-Pierre (orgs.) L' auto-organisatíon: de la physique au polítique. Paris: Seuil, 1983;
  • HAWKING, Stephen. Uma breve história do tempo: do Big Bang aos buracos negros. Rio de Janeiro: Rocco, 1988;
  • MONOO, Jacques. O acaso e a necessidade. Petrópolis: Vozes, 1989;
  • MORIN, Edgar. O paradígma perdido: a natureza humana. Lisboa: Europa-América, 1973;
  • ––––. O método I: a natureza da natureza. Lisboa: Europa-América, 1977;
  • ––––. O método II: a vida da vida. Lisboa: Europa-América, 1980;
  • Ciência com consciência. Lisboa: Europa-América, 1982;
  • O problema epistemológico da complexidade. Lisboa: Europa-América, 1984, ––––. O método III: o conhecimento do conhecimento. Llsboa: Europa-América, 1986;
  • PRIGOGINE, lIya; STENGERS, Isabelle. A nova aliança. Brasília: Universidade de Brasília, 1984;
  • THOMPSON, William (org.). Gaia: uma teoria do conhecimento. São Paulo: Gaia, 1990.
  • 13. Constelação dos compromissos grupais tats como generalizações simbólicas, crenças, valores e exemplos compartilhados, que caracterizam os cíentistas pertencentes a um mesmo paradigma, conforme KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectica, 1987.
  • 14. Ver SERVA, Maurício. O paradigma da complexidade e a análise organizacional. In: Revista de Administração de Empresas, São Paulo: FGV, v. 32, nş 2, p. 26-35, abr/jun. 1992.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Jun 2013
  • Data do Fascículo
    Abr 1993
Fundação Getulio Vargas, Escola de Administração de Empresas de S.Paulo Av 9 de Julho, 2029, 01313-902 S. Paulo - SP Brasil, Tel.: (55 11) 3799-7999, Fax: (55 11) 3799-7871 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rae@fgv.br