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Empresas hospitalares na região Metropolitana de São Paulo: uma análise econômico-financeira (1987-1990)

Resumos

Este estudo visa conhecer a situação econômicofinanceira do setor hospitalar na Região Metropolitana de São Paulo. Baseada num levantamento, em anos sucesstaos, da rentabilidade do capital e dos demais indicadores de dois grupos de hospitais divididos pelo número de leitos: a análise mostra uma inter-relação entre os elementos patrimoniais, cujos números divergem para os dois grupos, mas representam tendências similares. Hospitais de maior porte (150-300 leitos) exibem uma situação econômico-financeira mais forte do que os hospitais menores (com menos de 150 leitos) em todos os indicadores empresariais. Ambos, porém, sofrem das conseqüências de uma inflação crônica e de um mercado regulamentado.

Hospital; liquidez; endividamento; rentabilidade; alavancagem


The study attempts to highlight the financial performance of hospitals in the Greater São Paulo area, applying a cross-sectional financial analysis over a defined period for two sample groups divided by bed-size. The principal ratios are different for the two groups but represent similar tendencies. The larger size hospitals (150-300 beds) fair better than smaller size hospitals (less than 150 beds) in all business ratios. Both groups, however, increasingly suffer from the effects of chronic inflation and a regulated market.

hospital; liquidity; debt; return; leverage


ARTIGO

Empresas hospitalares na região Metropolitana de São Paulo - Uma análise econômico-financeira (1987-1990)* * Meus agradecimentos especiais aos Professores Ana Maria Malik e Afonso José de Matos da Fundação Getúlio Vargas pelas suas observações e à Professora Doutora Mahasti Sahihi de Macedo do Instituto de Ciências Biomédicas da USP pela sua paciência na cuidadosa revisão da redação. 1. A distinção juridica entre hospitais filantrópicos, não-lucrativos e lucrativos tem menos a ver com uma conceituação legal do que com as obrigações tributárias que os separam. Com exceção da Lei das Sociedades Anonimas (Lei nº 6.404176), que governa entidades de fim lucrativo, não existe de fato uma estrutura jurídica que caracterize e governe as entidades filantrópicas ou não­lucrativas, mas sim tipificações ("criações") legais com normas supletivas próprias que as regulam. 2. As companhias abertas, ou seja, companhias cujos valores mobiliários são admitidos para negociação em bolsa ou no mercado de balcão, têm de se registrar na Comissão de Valores Mobiliários e, portanto, estão sujeitas também às normas da Comissão de Valores Mobiliários e são, obrigatoriamente, auditadas por profissionais independentes. 3. A classificação dos subgrupos nas contas das demonstrações financeiras não tem nomenclatura padrão. Onde existia dúvida, a classificação do subgrupo foi feita segundo a sua disposição na ordem dos elementos das demonstrações financeiras. Os órgãos governamentais brasileiros exigem planos de contas padronizados por alguns tipos de empresas, por exemplo, as companhias de seguros, os bancos, as empresas de navegação aérea e marítima, e as estradas de ferro, as usinas hidroelétricas, de açucar e de álcool.

Shahbaz Fatheazam

Consultor de Empresas Hospitalares, PLANISA Consultoria, e Docente-Convidado da Faculdade de Saúde Pública da USP

RESUMO

Este estudo visa conhecer a situação econômico­financeira do setor hospitalar na Região Metropolitana de São Paulo. Baseada num levantamento, em anos sucesstaos, da rentabilidade do capital e dos demais indicadores de dois grupos de hospitais divididos pelo número de leitos: a análise mostra uma inter-relação entre os elementos patrimoniais, cujos números divergem para os dois grupos, mas representam tendências similares. Hospitais de maior porte (150-300 leitos) exibem uma situação econômico-financeira mais forte do que os hospitais menores (com menos de 150 leitos) em todos os indicadores empresariais. Ambos, porém, sofrem das conseqüências de uma inflação crônica e de um mercado regulamentado.

Palavras-chave: Hospital, liquidez, endividamento, rentabilidade, alavancagem.

ABSTRACT

The study attempts to highlight the financial performance of hospitals in the Greater São Paulo area, applying a cross-sectional financial analysis over a defined period for two sample groups divided by bed-size. The principal ratios are different for the two groups but represent similar tendencies. The larger size hospitals (150-300 beds) fair better than smaller size hospitals (less than 150 beds) in all business ratios. Both groups, however, increasingly suffer from the effects of chronic inflation and a regulated market.

Key words: hospital, liquidity, debt, return, leverage.

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  • ■ SILVA FILHO, José Lourenço da. "Manual de Análise de Balanços". Revista Brasileira de Contabilidade, (70),1989.
  • Suma Econômica, São Paulo, dez. 1991.
  • *
    Meus agradecimentos especiais aos Professores Ana Maria Malik e Afonso José de Matos da Fundação Getúlio Vargas pelas suas observações e à Professora Doutora Mahasti Sahihi de Macedo do Instituto de Ciências Biomédicas da USP pela sua paciência na cuidadosa revisão da redação.
    1. A distinção juridica entre hospitais filantrópicos, não-lucrativos e lucrativos tem menos a
    ver com uma conceituação legal do que com as obrigações tributárias que os separam. Com exceção da Lei das Sociedades Anonimas (Lei nº
    6.404176), que governa entidades de fim lucrativo, não existe de fato uma estrutura jurídica que caracterize e governe as entidades filantrópicas ou não­lucrativas, mas sim tipificações ("criações") legais com normas supletivas próprias que as regulam.
    2. As companhias abertas, ou seja, companhias cujos valores mobiliários são admitidos para negociação em bolsa ou no mercado de balcão, têm de se registrar na Comissão de Valores Mobiliários e, portanto, estão sujeitas também às normas da Comissão de Valores Mobiliários e são, obrigatoriamente, auditadas por profissionais independentes.
    3. A classificação dos subgrupos nas contas das demonstrações financeiras não tem nomenclatura padrão. Onde existia dúvida, a classificação do subgrupo foi feita segundo a sua disposição na ordem dos elementos das demonstrações financeiras. Os órgãos governamentais brasileiros exigem planos de contas padronizados por alguns tipos de empresas, por exemplo, as companhias de seguros, os bancos, as empresas de navegação aérea e marítima, e as estradas de ferro, as usinas hidroelétricas, de açucar e de álcool.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      14 Jun 2013
    • Data do Fascículo
      Mar 1992
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