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EDITORIAL

Esta edição orgulhosamente apresenta o Fórum Dynamic Capabilities, organizado por Adriana Roseli Wünsch Takahashi (UFPR), Sergio Bulgacov (FGV EAESP), Claudia Cristina Bitencourt (UNISINOS) e Hale Kaynak (The University of Texas Rio Grande Valley). Os artigos que compõem essa edição especial estão integrados e trazem o estado da arte nessa temática, com autores nacionais e internacionais reconhecidos.

Destaca-se, especialmente, a diversidade de abordagens, de autores, além de críticas sobre os limites do conceito. Os temas abordados tratam de capacidades dinâmicas e gênero e sobre a poética e a criatividade como capacidades humanas que precisam estar integradas para a compreensão da complexidade. O artigo sobre memória coletiva e o passado mostra que esses são recursos que as organizações necessitam para promover mudanças, afinal organizações são construções sociais. Essa pluralidade constitui verdadeiramente fazer ciência, ainda que também possamos nos ressentir da fragmentação. O conceito de capacidades dinâmicas busca justamente vencer essa fragmentação e trazer alguma resposta à complexidade que as empresas enfrentam nos ambientes interno e externo, ao incluir diversas dimensões no olhar estratégico. O conceito está atrelado à necessidade de inovação das empresas, e os artigos do fórum trazem novos olhares ao tema.

Como os organizadores do fórum apresentam cada um dos artigos, não seremos redundantes aqui. Mas cabe destacar que contamos com a colaboração de David Teece, autor do clássico Dynamic Capabilites and Strategic Management, na pensata Dynamic capabilities: Fostering an innovation-friendly environment in Brazil, em coautoria com Julia Doebber Herrmann e Lucas Cé Sangalli. Os autores discutem exatamente a importância do conceito em ambientes incertos e chamam os brasileiros para as experiências do Vale do Silício, ao mesmo tempo que argumentam que os participantes do Vale do Silício podem vir ao Brasil. Essa interação, possível nos dias de hoje, e a aproximação do mundo acadêmico com o mundo corporativo são fundamentais, argumentam os autores. Estamos de acordo, até porque a distância não é tão grande assim. Professores atuam como consultores, dão aula em programas de educação continuada e cursos in company e, de certo modo, já promovem essa fertilização cruzada. A linguagem, supostamente acadêmica, não está assim tão desatrelada do mundo prático, como já mencionamos em outro editorial (RAE, v. 56, n. 4, julho-agosto 2016), e os artigos desse fórum tratam da realidade cotidiana das empresas. Mas, no Brasil, de fato, precisamos estreitar ainda mais esses laços.

Fica aqui um convite para que outros professores e pesquisadores se inspirem para empreitadas como essa. Dá trabalho, mas a visibilidade dos resultados compensa o esforço. Nossos profundos agradecimentos aos organizadores do fórum.

Boa leitura!

Maria José Tonelli| Editora-chefeFelipe Zambaldi | Editor-adjunto
Professores da Fundação Getúlio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo - São Paulo - SP, Brasil

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Jun 2017
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