A SciELO Brasil publicou uma atualização de seu documento “Critérios, política e procedimentos para a admissão e a permanência de periódicos na Coleção SciELO Brasil”, válida a partir de maio de 2020. Os critérios divulgados estão apoiados na proposta de Ciência Aberta, que inclui: i) acesso aberto, ii) dados abertos e iii) pareceres abertos. Ainda que não universalmente aceito, uma vez que interesses comerciais estão envolvidos nessa indústria, o primeiro indicador já é praticado pelos periódicos no Brasil. Cabe discutir os demais tópicos, que trazem algumas polêmicas.
Participei recentemente de um encontro de editores científicos, organizado pelo professor Fabio Frezatti, editor-chefe da Revista Contabilidade & Finanças, com o professor Abel L. Packer, diretor do Programa SciELO/FAPESP. Aproveito para agradecer publicamente o encontro. O debate foi esclarecedor acerca de profundas mudanças que as revistas científicas deverão implementar nos próximos anos. Com o risco de cometer impropriedades, apresento aqui uma síntese pessoal dessa conversa, para continuar a reflexão sobre essas novas políticas de comunicação do conhecimento, junto com pesquisadoras e pesquisadores, editoras e editores científicos e pareceristas da comunidade acadêmica em Administração.
Essas transformações podem ter, daqui a alguns anos, um impacto na organização e comunicação de pesquisas científicas, bem como na própria gestão dos periódicos. Com o avanço das novas tecnologias, a gestão tradicional dos periódicos, que inclui periodicidade regular, volumes e todo o processo de produção das revistas, que está organizado para atender a esse modelo, pode ser completamente revista, com publicações contínuas, em plataformas que podem ser infinitamente renovadas em tempo (quase) real. As revistas desaparecem, mas a comunicação da produção científica fica mais ágil. Além dos dados, outras etapas do processo de produção da comunicação científica poderão estar abertas: a publicação dos pareceres e a conversação direta de editores científicos com os autores.
Quem são os responsáveis por essa transformação? Os periódicos têm papel protagonista nesse processo, mas é necessário contar com a adesão e participação das pesquisadoras e pesquisadores, de editoras e editores e pareceristas. Não é necessária uma mudança radical. Nessa nova trajetória, o posicionamento pode ser flexível e os avanços modulares em conjunto com a comunidade de pesquisa.
A RAE segue as diretrizes da SciELO e busca os caminhos para acompanhar essas mudanças na comunicação científica. A seguir, selecionamos alguns links úteis para aprofundar esse debate.
Sobre Ciência Aberta:
Ciência Aberta e o novo modus operandi de comunicar pesquisa - Parte I
Ciência Aberta e o novo modus operandi de comunicar pesquisa - Parte II
Sobre avaliação aberta
Desejamos a todas e todos uma boa leitura!
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
17 Ago 2020 -
Data do Fascículo
Jul-Aug 2020