RESENHA BIBLIOGRAFICA
Management Systems
Por Glaus, Grad, Holstein (IBM), Meyers (Rich corporation) e Schmidt (State University-Buffalo). Holt Rinehart & Winston.
A abordagem sistêmica das organizações, tão em voga hoje em dia, pode ser subdivida para efeito didático em dois níveis:
1. abstrato e
2.concreto.
No nível abstrato estuda-se psicologia social aplicada às organizações. A preocupação fundamental consiste em analisar uma empresa como um sistema aberto e, a partir daí, reformular o estudo das organizações (anteriormente estudadas como sistemas fechados).
No nível concreto, a principal preocupação é de se operacionalizar a teoria de sistemas.
A obra Management systems situa-se nesse segundo nível.
Esse livro, que muito se aproxima do Study Organization Plan (SOP) da IBM, procura fornecer condições de análise de uma estrutura organizacional sob o ponto de vista sistêmico.
É uma obra bem enquadrada no sistema norte-americano de ensino que procura formular regras práticas de abordagem da estrutura organizacional de uma empresa. Ela tem grande utilidade para consultores de empresas e elementos de sistemas organizacionais.
A divisão básica do livro é a seguinte:
Noções gerais de sistemas administrativos
Estudo do sistema atual Determinação dos requisitos do sistema. Projeto de um novo sistema.
Cada um desses tópicos encontra-se subdividido em itens específicos que procuram criar uma metodologia de análise organizacional.
O objetivo de prover um bom método de análise é, sem dúvida, um aspecto louvável, porém dentro do Projeto de um novo sistema, no item Implementação do novo sistema, é que as coisas se complicam. A análise objetiva ou concreta, falha quando não leva em conta o ambiente.
Face ao caráter eminentemente prático desse livro, a impressão que se tem após a leitura é de que qualquer um tem condições de ser um bom analista de sistemas.
Talvez o grande lapso da obra esteja no fato de não realçar a necessidade do analista conhecer profundamente:
fundamentos da teoria de sistemas;
teoria psicossocial da organização; e
fundamentos de psicologia e sociologia para análise do ambiente.
As conseqüências podem ser várias e as extremas são:
sistema implementado com sucesso;
sistema não implementado.
No primeiro caso, as qualidades do analista e do sistema são salientadas; no segundo, que é motivo de preocupação, deparamo-nos sempre diante de um problema aparentemente insolúvel:
de um lado, o analista menosprezando a capacidade dos elementos que devem fazer funcionar o sistema.
de outro, os usuários classificando o sistema como impraticável.
A conclusão geral a que podemos chegar é que o conhecimento do sistema atual, a determinação dos requisitos do sistema e o projeto do novo sistema não são suficientes se não reconhecermos que o sistema a ser criado deverá ser usado por alguém e se esse alguém não tem condições de utilizá-lo, ou o substituímos ou adaptamos o sistema. A substituição ou a adaptação também fazem parte da análise do sistema porque a opção a ser seguida deverá possuir um critério de economia.
Roberto Venosa
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
28 Maio 2015 -
Data do Fascículo
Set 1971