RESUMO
Objetivo:
Este artigo objetiva discutir as contribuições do método da compreensão empática para o campo da pesquisa nos Estudos Organizacionais, evidenciando a corporalidade e sensibilidade do pesquisador na produção e interpretação dos dados.
Originalidade/valor:
Considerando que a compreensão empática é um método que centraliza a preocupação na experimentação sensível do campo por parte do pesquisador, a contribuição deste texto reside em situar o corpo como instrumento de produção dos dados na prática da pesquisa. Tomamos como base a teoria da estética organizacional para abordar a dimensão do sensível nesse processo. Discutimos, assim, a construção do conhecimento científico a partir dos sentidos humanos que captam estímulos de naturezas diversas, sem dar ênfase específica a um ou outro sentido (como a tradicional observação), destacando a importância dos processos de produção de conhecimento encarnado e sensível em Estudos Organizacionais.
Design/metodologia/abordagem:
Partimos de um estudo teórico-empírico de natureza qualitativa desenvolvido em uma feira livre de uma capital brasileira. O método da compreensão empática guiou todo o processo de produção e tratamento dos dados, em que refletimos sobre as limitações do observar o campo, ampliando a experiência do pesquisador para uma noção de experimentação sensível.
Resultados:
A discussão proposta permite reconciliar mente e corpo do pesquisador ao realizar a investigação, experimentando o campo e rompendo com dicotomias entre o domínio do cognitivo e o sensível, o que entendemos ser a principal contribuição do método para o campo dos Estudos Organizacionais. Nesse sentido, reiteramos o corpo como veículo central da produção do conhecimento, algo que fica evidente nas discussões sobre a abordagem da compreensão empática e na pesquisa realizada.
PALAVRAS-CHAVE:
Compreensão empática; Estética organizacional; Conhecimento sensível; Pesquisa de campo; Metodologia qualitativa