Neste artigo, propomos algumas reflexões sobre possíveis aproximações e distanciamentos entre os saberes sobre os processos grupais e gestão de equipes. Ainda que os conhecimentos sobre processos grupais e gestão de equipes estejam muito distanciados e pertençam a áreas do conhecimento diferentes, a saber, a psicologia e a administração, entendemos que pontes podem ser estabelecidas entre ambos, uma vez que, sejam grupos ou equipes, estamos falando de pessoas em relação de vida e de trabalho. No ambiente empresarial, a preocupação com resultados reifica uma ideologia sobre equipes verdadeiras, das quais se esperam eficiência e eficácia, porém parece haver pouco espaço para incluir, concomitantemente, a reflexão sobre a relação de vida no trabalho, trazendo com isso um prejuízo à subjetividade. A contemporaneidade imerge a gestão de equipes num jogo de forças entre o individual e o coletivo, entre a carreira e o si (autorreflexão), entre a vida e o trabalho. Aqui, embasados no pensamento sistêmico, discutimos como os conceitos e as propriedades dos sistemas vivos (a saber: a interação, a interdependência, a autonomia-dependência, a organização e a produção de si) podem nos ajudar em compreensões sobre o trabalho contemporâneo, tendo como mediação o pensamento complexo de Edgar Morin. Defendemos a possibilidade da dialógica entre os conceitos de gestão de equipes, processos grupais e seus contextos por meio dos modos de conhecimento por compreensão e explicação. Assim, objetividade e subjetividade, explícito e implícito podem se complementar, dando espaço para a subjetividade na dimensão profissional, ainda que a busca de resultados objetivos seja imperativa no trabalho pós-moderno.
Processos grupais; Gestão de equipes; Trabalho; Pensamento sistêmico; Pensamento complexo