Resumo
Objetivo:
O objetivo deste artigo é compreender as implicações da improvisação teatral nos processos de ensino-aprendizagem da improvisação organizacional.
Originalidade/valor:
A gestão lida, constantemente, com mudanças e imprevistos, como as pesquisas sobre improvisação organizacional revelam há mais de duas décadas. Entretanto, os gestores ainda são formados para enfrentar situações de estabilidade, e não as de turbulência organizacional. Carecemos de opções de ensino-aprendizagem voltadas para o desenvolvimento das habilidades de improvisação organizacional.
Design/metodologia/abordagem:
A pesquisa ancora-se em teorias sobre improvisação organizacional, improvisação teatral e ensino-aprendizagem da administração. Investigaram-se empiricamente várias práticas de ensino-aprendizagem da improvisação organizacional a partir da improvisação teatral, realizadas durante seis semestres letivos em um componente curricular de graduação em Administração. A metodologia qualitativa baseou-se em uma abordagem artística e em diversas fontes de informação (contos, teatro, observação direta, entrevistas coletivas e documentos).
Resultados:
Os resultados são categorizados em implicações organizadas em quatro sinergias (lógica da prática, praticar a narrativa, criatividade e corporeidade) e três entropias (vergonha de praticar, medo de errar e hábito de dispersar) do uso da improvisação teatral para o ensino da improvisação organizacional no contexto de formação de gestores contemporâneos. Os resultados da pesquisa representam uma contribuição para o avanço do conhecimento sobre improvisação organizacional, na medida em que inauguram uma proposta de compreensão mais precisa do ensino-aprendizagem da improvisação organizacional. Contribuem também para relacionar dois campos do conhecimento (teatro e administração) em prol de uma construção de conhecimento que colabora para o avanço da pesquisa e da prática do ensino-aprendizagem da improvisação organizacional.
Palavras-chave
improvisação teatral; improvisação organizacional; ensino-aprendizagem; teatro; gestão contemporânea