RESUMO
Objetivo:
Verificar a influência do microcrédito no desenvolvimento dos micronegócios e na qualidade de vida das famílias dos microempreendedores, a partir da elaboração de um modelo de equações estruturais pautado na percepção dos próprios mutuários.
Originalidade/lacuna/relevância/implicações:
Nos últimos 15 anos, apenas 9,3% dos estudos analisados (nacionais e internacionais) contemplavam o tema qualidade de vida pós-acesso ao microcrédito. No Programa Nacional de Microcrédito Produtivo, a qualidade de vida não é mencionada em seus objetivos gerais, apresentando-se lacunas a serem investigadas.
Principais aspectos metodológicos:
Desenvolveu-se uma pesquisa quantitativa, com amostra probabilística constituída por 250 microempreendedores mutuários do microcrédito. Com auxílio dos softwares SPSS e AMOS, aplicaram-se técnicas estatísticas descritivas e análises de modelos de equações estruturais.
Síntese dos principais resultados:
Observou-se que a gestão do negócio exerce influência positiva no acesso aos meios de comunicação, no lazer e na qualidade de vida. O acesso aos meios de comunicação e às atividades de lazer exerce influência positiva na qualidade de vida. As variáveis utilizadas, quando associadas de forma antecessora, explicam 54,0% das transformações na qualidade de vida das famílias beneficiadas.
Principais considerações/conclusões:
Os resultados permitem concluir pela preferência do programa analisado em beneficiar mulheres e em fomentar sua atividade econômica. Verificou-se ausência de aval solidário e a necessidade de avalista para a concessão de empréstimo. Os empreendedores, em sua maioria, trabalhavam na informalidade, apesar dos incentivos governamentais. Confirmou-se a melhoria nos empreendimentos e na qualidade de vida das famílias, após o fomento de microcréditos, pela aquisição de bens de consumo, educação, saúde e lazer.
PALAVRAS-CHAVE
Microcrédito; Micronegócios; Microempreendedores; Qualidade de vida; Equações estruturais