Despatriados por uma organização petroquímica: A dimensão ética na abertura da estratégia

Resumo

Objetivo:

Esse artigo debate o processo de abertura da estratégia, entendendo a pressão social sobre as organizações como uma dimensão de destaque no contexto do fazer estratégia.

Originalidade/valor:

Em um contexto de crimes ambientais corporativos, sociais e negligências de modo geral, as organizações podem manter suas estratégias fechadas e tentar se esquivar de manifestações institucionais e sociais ao responder cerimonialmente. Para problematizar esta relação, trazemos como arcabouço teórico discussões sobre a open strategy, assumindo uma perspectiva prática deste fenômeno social mundial, propondo ainda uma agenda de discussões dentro de uma dimensão da ética no fazer estratégia.

Design/metodologia/abordagem:

Realizamos um estudo de caso de base documental do “fenômeno geológico” da Braskem ocorrido em Maceió em 2018, a partir de reportagens publicadas na Folha de S.Paulo e no Estadão, assim como relatórios da organização. Face a esses documentos, debatemos sobre o crime ambiental corporativo ocorrido (ecocídio), que acarretou na despatriação dos sujeitos. Os documentos foram analisados a partir de análise de conteúdo e interpretados à luz do arcabouço teórico delineado.

Resultados:

Ressaltamos neste artigo a importância da inclusão da dimensão ética nos debates sobre open strategy e propomos uma reflexão sobre levar a abertura a sério. Abertura essa construída a partir de uma perspectiva dialógica e de práticas sociais que consideram um arcabouço sócio-histórico, cultural e situado.

Palavras-chave
estratégia; open strategy; movimentos sociais; ética; ecocídio