Resumo
Objetivo:
Este artigo investiga a reação do mercado acionário brasileiro à pandemia da Covid-19 e as características que tornaram algumas empresas menos vulneráveis do que outras, a partir da mensuração do retorno anormal utilizando a metodologia de estudo de eventos.
Originalidade/valor:
O artigo fornece informações para a tomada de decisões fundamentadas, pois os resultados expandem a literatura sobre os impactos de eventos extremos no mercado acionário de um país emergente, contribuindo para as estratégias de gestão de riscos e portfólios dos investidores.
Des/gn/metodologia/abordagem:
Considerou-se o dia 11 de março de 2020 como data de referência, dia do anúncio da pandemia pela Organização Mundial da Saúde. A janela do evento incluiu cinco dias anteriores e posteriores à data de referência, que abrange alguns dos marcos do início da pandemia, como a primeira transmissão interna, a primeira morte no Brasil e o registro de transmissão comunitária. O retorno anormal foi estimado a partir do modelo de mercado, e utilizou-se o modelo de regressão para explicar o retorno anormal acumulado, anali-sando-se a importância das características das empresas.
Resultados:
Os resultados mostraram que 98 empresas apresentaram retorno anormal acumulado negativo e significativo, representando 71,53% do total da amostra. Ainda, as ações das empresas da amostra tiveram um retorno anormal acumulado de -26,85%, indicando a magnitude da influência nos preços das empresas. Em termos específicos, observou-se que as empresas de capital aberto de maior tamanho, menos alavancadas, de menor turnover e que aderem a práticas de sustentabilidade empresarial, sofreram menor impacto adverso no início da pandemia.
Palavras-chave:
Covid-19; reação do mercado; retorno anormal acumulado; características das firmas; Brasil