RESUMO
Objetivo:
O objetivo deste estudo foi analisar o efeito do sentimento do investidor sobre a volatilidade do mercado acionário brasileiro. Especifi camente, buscou-se identificar se o comportamento assimétrico do sentimento pode ser observado em mercados emergentes, considerando empresas que possuem características de difícil precificação.
Originalidade/valor:
Diferentemente da maioria dos estudos sobre sentimento do investidor, este foca seu impacto na volatilidade do mercado acionário, assim como nas características das empresas associadas à difícil precificação.
Design/metodologia/abordagem:
Utilizou-se a volatilidade do índice IBRX100 para representar o mercado acionário brasileiro, e, como proxy para sentimento do investidor, selecionou-se o índice de Miranda (2018) baseado em dados de mercado. Para as estimações, adotou-se a técnica de mínimos quadrados em dois estágios (MQ2E), tendo em vista problemas com endogeneidade. Por fim, segregou-se a volatilidade das empresas em características de difícil precificação, para analisar a sensibilidade delas ao sentimento.
Resultados:
Os resultados indicam que o sentimento tem relação negativa e significativa com a volatilidade do mercado acionário brasileiro, bem como evidenciam um comportamento assimétrico, sendo mais forte estatisticamente em períodos pessimistas. Análises adicionais demonstraram que a capacidade explicativa do sentimento é sensível às carac terísticas das empresas, mas somente aquelas com alto book-to-market evidenciaram o comportamento assimétrico conforme esperado pela literatura. Os portfólios segmentados por tamanho e iliquidez mantiveram um comportamento assimétrico, mas a volatilidade das grandes empresas e das menos ilíquidas foi mais bem explicada pelo sentimento, indicando que o mercado brasileiro apresenta características distintivas em relação a mercados desenvolvidos.
PALAVRAS-CHAVE:
Volatilidade; Sentimento do investidor; Assimetria; Precificação de ativos;
Mispricing