RESUMO
INTRODUÇÃO:
Analisamos a distribuição e frequência de doenças glomerulares de pacientes biopsiados entre 1992 e 2016 em centros que compõem a Amicen (Associação de Minas Gerais de Nefrologia).
MÉTODOS:
Analisamos os relatórios de biópsia de pacientes de nove centros de nefrologia da Amicen. Observamos idade, gênero, uso de ultrassom, tempo de descanso pós-biópsia, se o rim era nativo ou um enxerto, número de glomérulos e indicação para a biópsia. Os achados da biópsia do rim foram divididos em quatro categorias: doenças glomerulares e não glomerulares, rins normais e material insuficiente para análise. Os pacientes diagnosticados com doenças glomerulares foram ainda divididos em doenças glomerulares primárias ou secundárias.
RESULTADOS:
Obtivemos 582 relatórios de biópsia. A idade mediana foi de 38 anos (1 a 85). O número de glomérulos variou entre zero e 70 (mediana = 13,0). No total, 97,8% das biópsias foram guiadas por ultrassom. A principal indicação foi síndrome nefrótica (36,9%), seguida de associação hematúria-proteinúria (16,2%). As doenças glomerulares primárias revelaram-se as mais frequentes (75,3%), seguidas de doenças secundárias (24,7%). Entre as doenças glomerulares primárias, o FSGS foi encontrado em maior frequência (28,8%), enquanto nas doenças secundárias, o lúpus eritematoso sistêmico foi o mais prevalente (42,4%). Quanto aos achados de prevalência, aqueles para doenças primárias e secundárias foram semelhantes aos encontrados nos grandes registros brasileiros publicados até o momento.
CONCLUSÃO:
Os registros de doenças glomerulares são uma ferramenta importante para identificar a prevalência dessas doenças em regiões de interesse e pode servir como um instrumento para orientar decisões de políticas públicas relativas à prevenção de doenças renais terminais.
Palavras-chave:
Epidemiologia; Biópsia; Glomerulonefrite; Nefropatias