RESUMO OBJETIVO: O câncer de mama, o mais comum em vários países desenvolvidos, é o tumor não cutâneo mais frequente no Brasil. A terapia hormonal é o tratamento adjuvante padrão para os estágios precoces, em doença com receptor hormonal positivo, e o tamoxifeno e os inibidores da aromatase de terceira geração são opções para mulheres na pós-menopausa. A comparação do custo-efetividade dos diferentes tratamentos é de grande interesse nas sociedades com limitações de recursos. MÉTODOS: Para comparar a custo-efetividade dos tratamentos com tamoxifeno ou anastrozol, foram analisados os resultados médicos e econômicos em uma coorte hipotética de mulheres com 64 anos de idade, considerando o sistema de saúde Brasileiro em 2005, sob a perspectiva do setor privado e o horizonte de tempo de uma vida. Usamos dados do Estudo ATAC, um modelo de Markov, um painel de Delphi modificado, e micro-costing (em reais R$) para estimar os custos e a efetividade das duas estratégias. RESULTADOS: O modelo estimou um ganho de 0.55 anos de vida descontados para pacientes recebendo anastrozol em relação àquelas tratadas com tamoxifeno. Com um custo marginal de R$ 15.141,15, o modelo estimou que o custoefetividade do anastrozol em relação ao tamoxifeno era de R$ 27.326,80. As simulações de Monte Carlo mostraram que aproximadamente 50% dos casos estavam abaixo do limite de R$ 29.229,00 por ano-vida ganho, que é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde para o Brasil. CONCLUSÃO: Nós concluímos que o anastrozol é uma opção custo-efetivo comparado ao tamoxifeno no tratamento adjuvante de câncer de mama precoce em mulheres na pós-menopausa com receptor de hormônio positivo.
Inibidores da aromatase; Anastrozol; Neoplasias da mama; Avaliação de custo-efetividade; Técnica Delfos; Cadeias de Markov; Tamoxifeno